6 dicas práticas capazes de modificar resultados na vida pessoal e profissional através da persuasão interna

Fernando Felix*

Você é uma pessoa inteligente, que já passou por desafios e se considera “sábia” em diversos assuntos. Sua percepção é de que tem consciência de tudo que ocorre a sua volta e discernimento para agir em situações desafiadoras. Mas em alguns momentos, talvez tenha agido sem pensar, chegando ao ponto de perder o controle. E então questiona, “e se eu tivesse refletido um instante antes, teria tido tais atitudes”? Estamos falando do controle das emoções, que o Psicólogo PHD e professor da Universidade de Harvard Daniel Goleman chamou de Inteligência Emocional na obra de mesmo nome lançada em 1995.

Goleman trouxe o assunto sob um viés científico, baseado em várias pesquisas e descobertas novas na época sobre o funcionamento do nosso cérebro, e como as emoções afetam nossa vida no geral, nos âmbitos pessoal e profissional. Antes disso, nos anos 70, a Programação Neurolinguística já tratava de uma forma prática esse assunto, apesar de não ter o mesmo viés científico de Goleman.

Com base nestes estudos e experiência profissional, trago neste artigo seis dicas práticas de persuasão interna, que, se aplicadas com frequência e disciplina, irão transformar a sua maneira de pensar, sentir e agir, modificando seus resultados na vida pessoa e profissional. Leia, aplique, repita os exercícios e passe ter o controle sobre a sua vida.

1) Treine sua mente para perceber o que você pensa

O que você pensa se transforma em um sentimento que gera ação. Você pode pensar “em alguns momentos eu simplesmente não ajo conforme me sinto”. Acredite, não agir também é uma ação que envolve escolha, porque fazemos escolhas conscientes e inconscientes a todo instante.

Acordar e pular da cama ou ficar mais um pouco? Ir à academia ou ficar em casa? Assistir qual filme ou série? Almoçar em casa ou fora? E assim por diante. O dia todo os nossos pensamentos nos levam a escolhas e decisões.

A chave número um para ter o controle emocional é perceber seus pensamentos racionalmente. Como assim? Treine sua mente para perceber o que você está pensando antes que se torne um sentimento. Dessa forma você muda seu comportamento. Avalie se esse pensamento se aproxima ou se afasta dos seus objetivos. Se afastar, substitua-o por outro que se aproxime. Olhe para seus pensamentos de forma racional. Treine para isso.

2) Saiba (e pense) o que você quer, e não o contrário

Não importa o que você não quer, importa o que você quer. Quando pensamos ou verbalizamos o que não queremos, estamos sugestionando nossa mente exatamente para isso.

Não pense agora em um céu azul com nuvens brancas. Provavelmente você pensou no céu, correto? Isso porque a mente interpreta o sentido mais amplo da ideia. Se você pensa ou verbaliza que não quer ficar ansioso, sua mente entenderá a palavra “ansioso”. Não quer ter medo? É o medo que aparece, e assim por diante. A pessoa que não quer ficar ansiosa quer ficar tranquila, calma. É essa a sugestão correta. Treine para pensar sempre de forma positiva.

3) Pense antes de tomar decisões emocionais

O sistema límbico do cérebro é responsável pelas emoções. Se você pensar agora em todos os momentos em que teve sérios problemas ou atitudes que se arrependeu, perceberá que agiu sem pensar. Simplesmente agiu, e depois percebeu o estrago. É ou não é verdade? Neste caso, o seu sistema límbico estava no comando, quando o ideal é que sua parte racional (neo-cortex) estivesse. Então você deve se perguntar mentalmente antes de agir se esse comportamento vai ajudar você ou não.

E parar de agir sem pensar quando houver emoção envolvida, mais uma vez, envolve treino e dedicação.

4) Não pense antes de fazer o que deve ser feito

A procrastinação ocorre por excesso de pensamento, não o contrário. Se você tem algo para fazer que é importante, sabe conscientemente que vai te trazer resultados e pensa muito,tem uma tendência enorme a não agir. Sua mente é especialista em encontrar outras tarefas tão ou mais importantes quando você pensa. Nesse caso, ligue um cronômetro mental… 3, 2, 1 e foi!

Aja. Sem pensar. Mas comece.

Quando iniciamos uma atividade, uma espécie de tensão é acionada na nossa mente, e você sabe que tem algo inacabado. Então essa tensão só finda quando a tarefa for concluída.

A Psicóloga soviética Bluma Zeigarnik chegou a essa conclusão após vários estudos, que levaram o nome de “Efeito Zeigarnik”. Sendo assim, iniciar a tarefa faz com que em algum momento você a conclua, afinal não quer ficar com essa tensão.

5) Busque memórias de bons estados emocionais

Você pode utilizar memórias do passado para alterar seus estados emocionais. Todos já tivemos momentos de confiança, por exemplo.

Lembre-se agora de um desses momentos, não importa se foi uma semana atrás ou há 10 anos, apenas busque na sua mente.

Buscou? Feche seus olhos. Imagine que está lá, naquele momento, vendo, ouvindo e sentindo. Aumente essas percepções. Que cheiro tinha o local? Qual a temperatura? Quais as cores e sons? Você pode inclusive aumentar ou diminuir essas cores e sons, e perceber como a sensação de confiança se altera em conjunto.

As chamadas submodalidades pela Programação Neuro Linguística ( PNL) permitem esse tipo de alteração dos estados emocionais atuais através de memórias passadas ou até mesmo futuras.

Imagine-se em uma viagem que sempre quis fazer e ainda não fez. Como se sente? Utilize essas memórias passadas e futuras para buscar estados emocionais positivos sempre que for necessário, e perceba que realmente funciona!

6) Utilize sua postura a seu favor

A psicóloga e professora da Universidade de Harvard Amy Cuddy fez inúmeros estudos a respeito de como a postura afeta os estados emocionais. No livro “O Poder da Presença” esses estudos demonstram o poder da fisiologia nesse sentido.

Quando você tem posturas inadequadas, tem a tendência de ficar mais irritado, mais ansioso, e em muitos casos até depressivo. O contrário também é válido.

Posturas de poder alteram nossos neurotransmissores positivamente, e modificam nosso humor.

A posição da Mulher Maravilha ficou famosa após o TED Talks que Amy Cuddy fez (é um dos mais assistidos no mundo), e tem um poder incrível.

Experimente colocar as mãos na cintura, em pé com o olhar no horizonte, e tente dessa forma se sentir mal. Impossível, certo?

Existem algumas ressalvas para esse tipo de posição dependendo da situação, pois você pode parecer arrogante. O que fazer então? Utilize essas posturas de poder momentos antes das situações onde você precisa estar confiante, e você irá alterar seus estados positivamente. Uma das pesquisas envolveu tetraplégicos que foram desafiados a imaginar que estavam com tal postura, e os níveis de cortisol se alteraram tal qual as pessoas que praticavam de verdade.

Portanto, só de se imaginar em uma posição como essa, já melhoramos nosso estado emocional.

Utilize posturas de poder durante seu dia.

Essas ferramentas simples e de fácil aplicação se utilizadas podem ser uma excelente estratégia para que você comece a dominar a sua mente, portanto utilizem sem moderação!

*Fernando Felix é palestrante e especialista em persuasão interna e externa para os negócios