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A Carreira Executiva

Posted: 3 de junho de 2008 às 8:14 pm   /   by   /   comments (0)

Por Silvio Celestino

Olhando-se de perto a carreira executiva, cada vez mais recheada de mulheres, observamos que mesmo sem estar no topo de uma corporação internacional é grande o esforço exigido.

É por vezes difícil verbalizar, mas suas ações são claras neste sentido: líderes executivos colocam seus propósitos profissionais em primeiro lugar. Seus pares, filhos, pais, questões espirituais e por vezes sua saúde ficam em segundo plano. Sem falar do estresse a que estão submetidos. Em uma agenda típica, preparam-se para a semana no domingo a tarde, viajam, participam de reuniões sucessivas, por vezes em lugares remotos e possuem inúmeras responsabilidades. Tudo isto permeado por telefonemas, infinitos e-mails e esperas sem fim em aeroportos. Há ainda os almoços e jantares definidos como oportunidades para se fechar um bom negócio.

Os riscos são imensos: a morte dos pais ocorrer à distância, cônjuge ou os filhos adoecerem sem sua presença e a própria saúde sucumbir em meio ao estresse.

Quando se fala da alternativa para sua carreira a realidade é menos auspiciosa. Por décadas se menciona a carreira em “Y” como a opção para aqueles que desejam se desenvolver sem necessariamente seguir o ramo executivo. Isto é, mantendo-se na carreira técnica e aprofundando-se cada vez mais em sua especialidade. Entretanto, são raras as oportunidades neste caminho, embora existam onde há carência de mão-de-obra em setores técnicos intensivos.

A razão para isto é que responsabilizar-se por pessoas ainda é a atividade mais relevante que se pode atribuir a alguém. E são as carreiras executivas que o fazem. Uma decisão equivocada ou mal intencionada neste cargo pode, em casos extremos, por fim a uma empresa, gerar demissões, causar prejuízos para acionistas, danos à comunidade e ao meio-ambiente. Enfim, a responsabilidade por pessoas ainda é a que paga os maiores prêmios e é bom que assim permaneça.

Embora para muitos a vida executiva seja vista como resultado do desejo daqueles que querem salários expressivos, a realidade é que a maioria tem pouco interesse nesta carreira. Afinal, trabalhar para conseguir resultados através de outras pessoas gera muitas situações frustrantes. O reconhecimento por vezes é insuficiente, tardio e não raro, pífio. As críticas são abundantes, inclusive da família, e neste cenário tem de se manter sereno, comandando e acreditando em algo que por vezes levará meses ou anos para se concretizar. Daí a importância de ser resiliente e persistente.

Afinal, o que há de inspirador nesta vida de liderança?
Executivos e executivas são líderes que constroem. Há méritos nas lideranças políticas, religiosas e militares. Mas, quer você se utilize de um computador para definição de sua estratégia ou de um microfone para suas pregações políticas ou religiosas, seguramente estará usando um recurso que somente chega às suas mãos porque algum executivo ou, cada vez mais freqüente, alguma executiva o fez.

Aquiles, o herói grego, tinha de escolher se teria uma vida pacata e esquecível ou se escreveria seu nome na história. Preferiu a segunda alternativa apesar da morte em plena juventude. A carreira executiva permite a muitas fazerem algo relevante em suas vidas: desenvolver pessoas, amadurecer, passar por duras provas de desempenho, desafios gigantescos, responsabilizar-se por milhares de pessoas, sucumbir ao fracasso e reerguer-se triunfante em uma nova oportunidade. Somente os que estão na carreira executiva poderão lançar-se em uma vida tão interessante quanto esta.

Sim, a liderança executiva é acima de tudo interessante: conhecer pessoas cheias de propósitos, passar por riscos que vão de viajar de avião em meio ao caos aéreo brasileiro a experimentar um exótico prato oriental, negociar, comprometer-se até a alma com algo que não sabe se será capaz de fazer, arriscar verdadeiramente sua honra e sua credibilidade.

Parece coisa de filme e é. O líder executivo vive a versão moderna do herói e nesta trajetória evolui, amadurece, torna-se outra pessoa. Nem todos que ingressam nesta carreira têm a dimensão exata do desafio que está a sua frente. Vêem somente o dinheiro que por vezes não aparece ou não encontram tempo e preparo para usufruí-lo. Mas é uma carreira muito digna, inspiradora e relevante.

Se você realmente tem aspirações de grandeza, prepare-se e ingresse na vida executiva. Poucas carreiras são tão arriscadas, emocionantes, desafiadoras e permitem deixar um legado tão valioso quanto às destes verdadeiros líderes construtores do mundo.

*Silvio Celestino é Coach de executivos, autor do livro “Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para Sua Carreira”, mais informações no site www.elevo.com.br