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A questão da auto-exclusão no mercado de trabalho

Posted: 23 de janeiro de 2012 às 7:37 pm   /   by   /   comments (0)

 

por Nelson Fukuyama*

Quando eu tinha lá meus dezoito anos e estava concluindo o ensino médio, se alguém me perguntasse o que eu acharia de me formar em Direito na universidade pública mais respeitada na época, que era uma carreira que eu tinha em mente naquela ocasião, certamente eu responderia que nem poderia pensar nisso e que seria impossível para eu ter um diploma daquela instituição. Porque seria impossível? Porque eu não tinha condições financeiras para me preparar para um curso desses, porque eu não estaria em condições de disputar uma vaga naquela universidade, e que somente estudantes muito inteligentes poderiam ocupar as vagas oferecidas.

Puro sentimento de auto-exclusão. O que aconteceu comigo é o que acontece com muitos jovens ainda nos dias de hoje. E minha atitude não era para atrair a compaixão de outras pessoas ou para mostrar uma falsa modéstia. Era verdade, eu sentia mesmo essa sensação de que aquilo não era “pro meu bico” e mudei para outra carreira em outra instituição.

Verdade também que a mesma coisa aconteceu poucos anos mais tarde quando um colega de trabalho me disse que ele havia sido aprovado na seleção de um processo seletivo para ser trainee de uma consultoria multinacional e me perguntou por que eu também não me inscrevia para o próximo processo e eu respondi espantado que aquilo era apenas para estudantes de universidade respeitada como aquela onde ele estava se formando. Mas fui tentar depois e tive sucesso.

Esses exemplos pessoais acima eu cito para lembrar que a gente nunca pode se auto-excluir de nada, seja de uma carreira, seja de uma promoção interna, seja de uma disputa por qualquer coisa.

Por que você acha que não merece ocupar o cargo de maior responsabilidade na sua organização? Será por que o diploma deles vale mais do que o seu? Será por que a sua pele é diferente dos demais? Por que você mora na periferia e seus colegas moram em locais de glamour? Por que eles têm um carro e você anda de condução ou têm um carro melhor do que o seu? Por que eles têm um sobrenome que soa melhor que o seu?

Você já parou para pensar em quantos casos assim existem dentro das organizações? E já pensou também o que aconteceria se todos se auto-excluíssem, achando que não têm condições de qualquer merecimento?

Se os meus exemplos acima não forem suficientes e/ou muito convincentes para você, assista, se é que ainda não assistiu, ao filme com o Will Smith “À procura da Felicidade” e você melhor idéia ainda do que estou falando.

O fato é: nunca se desmereça em relação a outros concorrentes a um determinado desejo, a uma vaga, a um status, ainda que as condições e exigências pareçam impossíveis. Se quiser algo, batalhe para conseguir. Sempre haverá um espaço para você e ainda que pareça que tudo conspire contra você e que pareça demorar um pouco mais.

* Nelson Fukuyama é Editor do Portal Dicas Profissionais com experiências profissionais vividas em organizações multinacionais e nacionais.

A reprodução total ou parcial é permitida desde que citada a autoria do conteúdo e também o portal Dicas Profissionais www.dicasprofissionais.com.br.