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Agilidade de um helicóptero ou de um transatlântico?

Posted: 13 de novembro de 2019 às 6:00 am   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Você já deve ter ouvido ou até comentado coisas como “nossa! Como fulano é lerdo!”, “como essa empresa demora a resolver os problemas!”, “quanto tempo vai levar para esse assunto ser resolvido?”, “será que não há um jeito de resolver isso mais rápido”ou “quando será que isso vai mudar?”

Pois é! Considerando as devidas proporções sobre o que é comentado, você sabe que a situação não vai mudar porque as pessoas, as estruturas, as empresas crescem, incham e se adaptam a uma cultura de lentidão que para tomarem uma decisão, para mudarem alguma coisa, leva muito tempo.

A gente percebe que alguma coisa não vai bem dentro de alguma estrutura e quando tenta alertar outras pessoas de que vai haver uma complicação qualquer que pode se tornar um desastre pode ser tarde demais para evitá-lo, pois a estrutura, as pessoas não estão preparadas para agir rapidamente. Não podem ser ágeis porque a gordura da tradição ou o inchaço da estrutura organizacional não permitem a mudança de uma maneira mais rápida. Daí que tomar uma atitude, dar algum tipo de reação ou de resposta requerida pode ser uma coisa que dependa de vários níveis hierárquicos para se chegar a uma decisão, o que pode ser fatal.

Lembra do caso do Titanic? É mais ou menos isso. Alguém deu o alerta “o navio vai bater contra um iceberg!”. Transportando para nossa matéria, alguém dá o alerta: “se a gente não tomar uma decisão assim, vamos estar numa situação delicada”. Se a estrutura for como a de um transatlântico, sem capacidade de reação imediata, sem mobilidade, fica muito difícil mudar de rota, a colisão é inevitável e o desastre é certo.

Por outro lado, se for dado o alerta, a estrutura for igual a de um helicóptero, que tenha agilidade e grande mobilidade, fica bem mais fácil desviar do iceberg, do problema, e mudar rapidamente a rota para evitar o desastre.

O que eu desejo transmitir com essa matéria tem dois sentidos.

Primeiro, eu penso que é preciso ter essa percepção sobre como a organização para a qual trabalhamos reage diante de situações que exigem mobilidade. Nossas sugestões ou alertas de nada adiantarão se quisermos ajudar e vai depender muito de como ela reagir como um transatlântico ou como um helicóptero. Se ela reage como um helicóptero, você pode estar certo de que qualquer sugestão ou alerta que você der vai resultar numa reação imediata. Por outro lado, se entendermos que ela reage como um transatlântico, penso que você precisa ajudá-la a se tornar mais ágil no seu processo de decisão. Isso pode ser feito, por exemplo, criticando os procedimentos existentes que forem identificados como causadores dessa “trava” e claro encontrando soluções para isso.

Fica a sugestão!

Nelson Fukuyama é Editor-Chefe do Dicas Profissionais e Diretor da Yama Educacional. Teve passagens por empresas de consultoria externa (atuais PriceWaterhouseCoopers, Ernst&Young, Binah), Conglomerado Financeiro nacional (Banco Itaú e Itaúsa), e empresas multinacionais (AkzoNobel, Laporte Group PLC e Walbro) como Auditor, Consultor, Controller, Superintendente e Diretor de Finanças e Administração.