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Aprenda a jogar o jogo da empresa

Posted: 28 de maio de 2019 às 8:24 am   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Um fato interessante que estou observando nesses tempos bicudos pelo qual estamos passando é que muitos profissionais não estão dando a devida atenção a algumas mudanças pelas quais o mercado de trabalho está passando e esta falta de percepção acaba trazendo consequências graves para a sua vida profissional e, com extensão, para a sua vida pessoal.

Como todos sabem, grande parte das nossas instituições, incluindo as empresas com finalidade lucrativa e as organizações sem finalidade lucrativa, está passando por um período de dificuldades financeiras e até mesmo econômicas. Sem condições de determinar metas para os seus negócios, e assim, na ânsia de sobreviver ao momento, elas estão adotando medidas que acabam trazendo efeitos para o mercado de trabalho.

Falo nas demissões, na concessão de férias coletivas ou ainda na suspensão temporária de contrato de trabalho (lay-off) que são algumas das medidas com as quais milhões de trabalhadores já estão tendo que conviver.

Quem consegue sobreviver a essas medidas e manter o seu emprego já deve, no mínimo, agradecer a Deus por isso. Só que muita gente não percebe isso. Por incrível que pareça, mesmo conhecedores da situação do mercado e da empresa, muitos profissionais parecem querer partir para o desafio.

Por exemplo, se uma empresa decidiu dispensar grande parte de seus colaboradores, é quase certo que os que continuam nessa empresa terão um acúmulo de trabalho, uma sobrecarga que deverão de enfrentar todo dia, por um período de tempo. Então, em uma situação assim, por qual motivo alguém faria uma reclamação ao seu chefe, ou até mesmo provocar uma demissão, sob o argumento de que está cansado de tanto trabalho?

Seria este o melhor momento, num outro exemplo, para alguém reclamar por não estar satisfeito com a remuneração que está recebendo, ou por outro motivo como o de que o valor do seu vale refeição não está sendo suficiente para a sua alimentação diária?

Também, seria esta uma ocasião adequada para reclamar pelo fato de a empresa ter cancelado o seu período de férias e assim não será possível realizar o seu plano de viagem que tinha programado com a sua família?

Eu penso que além desses exemplos que citei aqui devam existir muitos outros, com argumentações e motivos para os profissionais, que acabam não sendo atendidos pelas empresas, até pelo contrário, criam situações embaraçosas para elas.

O que é melhor fazer, então, para sobreviver a esses momentos?

Como diz o título desse artigo, a melhor recomendação é que você “jogue o jogo da empresa”. Isso quer dizer: observe os sinais que ela já manifestou para o momento; se ela dispensou, ou tem planos de dispensar profissionais, por meio de alguma das medidas que comentamos anteriormente, não vale a pena ficar criando embaraços que podem levar à sua demissão. Não faça qualquer reclamação ou insinuação, simplesmente cumpra o seu dever. Até porque você sempre terá como resposta de seu superior a resposta de que tudo acontece “por conta da política da empresa”.

Então, para que se expor, não é mesmo?

*Nelson Fukuyama é Editor-Chefe do portal Dicas Profissionais e também Colunista dos portais Carreira&Sucesso da Catho Online, Revista Atitude Empreendedora e Administradores para os quais escreve sobre as suas experiências como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais.