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Casais que trabalham juntos são mais felizes

Posted: 15 de fevereiro de 2018 às 1:00 pm   /   by   /   comments (0)

Marina Simas de Lima e Denise Miranda de Figueiredo*

Será que trabalhar na mesma empresa ou ser sócio em um negócio é bom para o casamento? De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade do Estado de Utah, nos Estados Unidos, sim! O estudo mostrou que o índice de felicidade e satisfação profissional de casais que trabalham na mesma empresa é duas vezes maior quando comparado ao de casais que não convivem no mesmo ambiente profissional.

O tema é tão importante que outra pesquisa, desta vez feita no Brasil, pelo ISMA-BR (International Stress Management do Brasil), mostrou que casais que trabalham juntos conseguem entender melhor as angústias vividas no dia a dia, assim como a carga horária e outras peculiaridades da vida profissional.

Há vários tipos de combinações quando falamos de casais que trabalham juntos. Temos os que são funcionários da mesma empresa, os que mantêm uma relação de subordinação (ele é chefe dela ou vice-versa), aqueles que são sócios ou aqueles que trabalham para o outro, em um negócio próprio, sem ser sócio, por exemplo. E cada uma destas situações tem prós e contras, como tudo na vida.

Trabalhar junto confere maior grau de empatia

Não há como negar que trabalhar junto, realmente, promove uma maior facilidade em compreender o outro e entender o momento, as dificuldades, os desafios e as necessidades. Sem contar que é possível trocar ideias, pedir dicas e isso faz com que os dois fiquem ainda mais unidos, ou seja, pode ajudar a reforçar a conexão e a parceria entre o casal.

Maturidade é fundamental

Entretanto, nem todos os casais conseguem “virar a chave” e separar a vida profissional da vida afetiva. O maior desafio é separar os papéis. Todo casal tem seus altos e baixos e os que trabalham juntos precisam ter jogo de cintura nessas situações. Essa experiência pode trazer maturidade para a vida a dois, já que, mesmo que você tenha brigado na noite anterior, no dia seguinte precisa ter uma postura profissional no ambiente de trabalho.

Por isso, é preciso manter a vida conjugal separada da vida profissional. Não é fácil separar esses dois papéis por completo, mas o ideal é que os casais que trabalham juntos consigam resolver os problemas de casa em casa, enquanto os do trabalho devem permanecer no escritório. Separar o tempo e o espaço para resolver conflitos também ajuda.

Relações de subordinação são mais desafiadoras

De todos os modelos, provavelmente aquele em que há subordinação, ou seja, um dos parceiros é o chefe e o outro o subordinado, pode ser o mais difícil de gerenciar. Não é impossível, mas é mais difícil.

A dificuldade, nestes casos, é entender que em um casamento não há essa diferença de autoridade ou poder, por exemplo. Ambos têm os mesmos direitos e mesmos deveres e o mesmo peso nas decisões, afinal, em um casamento a parceria deve ser equilibrada para dar certo. Mas, na empresa existe a hierarquia e pode não ser muito fácil receber ordens ou broncas do (a) parceiro sem levar isso para o lado pessoal (a).

Como vimos, trabalhar juntos podem ser bom para os casais, mas traz alguns desafios. Veja agora algumas dicas:

  • Fale do trabalho durante o horário do trabalho, não faça da casa a extensão do escritório
  • Lembre-se de separar os papéis de acordo com cada situação, ou seja, em casa são parceiros e no trabalho são profissionais
  • Não leve os conflitos conjugais para o trabalho e vice-versa

Se for possível, o melhor é evitar relações de subordinação. Mas, se não for, trabalhe suas habilidades sociais, sua comunicação, pois essa situação exige um bom equilíbrio emocional e muita maturidade

É preciso lembrar que apesar dos contras, casais que trabalham juntos, principalmente aqueles que são sócios, têm uma bela oportunidade de fortalecer essa parceria e amadurecer. Sem dúvidas terão objetivos em comum e desafios a serem superados como um verdadeiro time. E isso pode ser muito bom para relacionamento.

*Marina Simas de Lima, psicóloga, terapeuta de casal e família e cofundadora do Instituto do Casal, psicóloga Denise Miranda de Figueiredo, ambas são psicólogas e terapeutas de casal e família e cofundadoras do Instituto do Casal.