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Colaborador, funcionário ou mercenário?

Posted: 10 de novembro de 2011 às 7:31 pm   /   by   /   comments (0)

 

Nelson Fukuyama*

Eu sempre ouvi e usei as palavras “colaborador” e “funcionário” como sinônimos quando a gente deseja se referir a um profissional ou aos profissionais de uma organização. A gente costuma dizer “Esse é Fulano, colaborador de minha organização”, “Este é Sicrano é funcionário de minha organização” ou ainda quando se dirige aos profissionais durante uma palestra ou se escreve um memorando começando por “Prezados Colaboradores”. Já “mercenário” é mais usado quando se quer falar de um determinado jogador, em um ambiente esportivo; “tal jogador é um tremendo de um mercenário, vive trocando de clube por melhores condições salariais”. Essas três palavras podem ter um sentido comum no dia a dia dentro de uma organização. Veja.

Referir-se a algum profissional como Colaborador certamente não é difícil de entender que ele é aquele que está sempre à disposição de sua organização para ajudá-la a desenvolver suas atividades visando atingir seus objetivos. É o profissional que não só procura cumprir as suas funções regulares mas que extrapola essas funções, colocando todo o seu talento à disposição de sua organização, a toda hora, em qualquer circunstância e condição. É aquele que você sabe que se der a ele uma determinada tarefa, você pode esperar que ele trará novas idéias e certamente bons resultados. Ele fará tudo para exceder. Para ele, será uma ofensa e ele se sentirá muito mal se concluir a tarefa sem acrescentar algo inovador, uma informação relevante para a organização. Ele dedicará tempo e esforço, muitas vezes deixando seu lazer e idéias próprias para desenvolver bem a sua tarefa.

Já quando a gente se refere a um profissional como “Funcionário” a gente pode estar deixando de se referir a ele como alguém dedicado. Essa palavra parece estar mais relacionada ao profissional que simplesmente cumpre as funções que lhe são determinadas. Comparece ao trabalho, e essa parece ser a expressão mais correta, no horário, permanece nas dependências da organização durante o expediente determinado, sempre com o pensamento em atividades diferentes à aquelas que deveriam ser motivos de sua preocupação, faz alguma coisa que lhe é “mandada” fazer, e normalmente tem que refazer algumas tarefas por falta de atenção, e “larga a caneta” ou o instrumento de trabalho rigorosamente no horário determinado, e nem um segundo a mais.

Agora, quando a gente se refere a um determinado profissional como “Mercenário”, certamente não se trata de uma boa qualificação. Esse profissional certamente é aquele que só produz se houver uma recompensa. Seria uma espécia de “Muttley” dos desenhos da tevê, lembra? O cachorro que só queria medalha. Esse só comparece ao trabalho quando vê a oportunidade de ter um ganho extra, seja uma remuneração, seja para marcar presença perante seus superiores. Esses profissionais dão uma impressão de que estão na organização apenas para participarem de grandes eventos e só se dedicam à organização para terem ganhos pessoais. Para esses parece não haver compromissos, colegas, regras, vale mais o interesse pessoal.

Idealista como sou, penso que um profissional deva se esforçar mais para ser reconhecido pela sua organização Colaborador porque é exatamente essa qualidade de se dedicar aos interesses profissionais que as organizações estão buscando e é essa qualidade que pode alavancar sua ascensão dentro da organização e também a sua carreira profissional. Ainda que a falta ou a baixa qualificação técnica possa ser um aspecto fundamental no mercado de trabalho, as organizações dão muita importância para os profissionais que demonstram disponibilidade e disposição de ajudá-la a atingir bem os seus objetivos.

*Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional. Todas as suas matérias refletem as suas experiências profissionais presenciadas durante anos como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais. A reprodução total ou parcial é autorizada desde que citada a autoria e o portal Dicas Profissionais. (www.dicasprofissionais.com.br).