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Como usar a inteligência emocional para liderar em tempos de crise?

Posted: 24 de setembro de 2015 às 8:00 am   /   by   /   comments (0)

João Marcelo Furlan*

O atual momento do país provoca uma sensação geral de insegurança em relação à vida profissional. Para um líder, isso não é diferente, pois ele também está sob pressão e ainda precisa “segurar as pontas”. Como usar a inteligência emocional para liderar em tempos de crise?

Este é o momento para os gestores usarem a inteligência emocional para incentivar e motivar ainda mais a equipe. As americanas Coca-Cola e Hallmark são exemplos reais de êxito obtido a partir do fortalecimento dessa competência. Elas tiveram, respectivamente, 15% e 25% de melhora na produtividade depois de terem recebido treinamento focado em inteligência emocional.

Para manter-se firme um líder precisa estar com a equipe em harmonia e motivada, senão, não há entregas. É preciso ter cuidado para não perder o controle e ameaçar os colaboradores, mesmo que indiretamente. Ameaça gera conflito e conflito, desmotivação e isso pode contaminar todo o time.

Deixo quatro estratégias de inteligência emocional a serem aplicadas no dia a dia com a equipe para liderar com sabedoria em tempos de instabilidade. Veja:

1- Fazer ressignificação

Os colaboradores já escutam muitas coisas ruins sobre o cenário e o líder não precisa ficar reforçando isso. É preciso fazer com que as pessoas pensem positivamente e não se desmotivem pensando em possíveis cortes, por exemplo. Sente com cada colaborador da equipe e explique que nesse momento a empresa tem que inovar mais, fortalecer as relações e gerar novas parcerias e que ele é peça-chave para que isso aconteça. Mostre a sua importância para a organização.

2– Pedir permissão

Quando for expressar um ponto de vista, dar sugestões ou até mesmo uma crítica, peça “licença” ao colaborador. O ato de pedir permissão fará com que ele se sinta respeitado e importante e isso certamente estabelecerá uma relação de confiança entre vocês.

3 – Perguntar e ouvir

Faça perguntas abertas, que não limitem as respostas do time em “sim” ou “não”. O líder tem que ser mais próximo nessa fase instável, precisa ouvir mais e ser realmente um coach. Isso ajuda a descobrir o que a equipe está pensando e contribui para redefinição de estratégias, caso seja necessário.

4 – Tratar o seu time como cliente número um

Já disse Ken Blanchard, o guru mundial da liderança: “A sua equipe deve ser o seu cliente número um”. Se o líder ficar pensando em somente fazer dinheiro para a empresa, ele não vai conseguir resultados, por isso, trate o seu time como cliente e dê o devido valor a ele.

Equipe sem engajamento não tem como apresentar mais. O segredo é desfocar do problema e começar a construir a solução. Em vez de ficar olhando apenas os números decrescentes da empresa e o gap das metas, olhe para sua equipe e dê forças e encorajamento para que ela esteja mais empenhada com os desafios.

A inteligência emocional representa 60% do sucesso de gestores que vão da supervisão à presidência. Tenha essa competência como aliada e faça da crise um trampolim para alcançar mais e melhores resultados.

*João Marcelo Furlan é fundador e CEO da Enora Leaders, empresa de educação corporativa especializada em aceleração de resultados e diretor de regionais da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-SP).