Cuidado com os profissionais “quinta coluna”

por Nelson Fukuyama*

Talvez você nunca tenha ouvido falar dessa expressão “quinta coluna”, mas, creia, já deve ter participado de alguma atividade em sua vida profissional na qual tenha experimentado o que ela quer dizer.

“Quinta coluna” é um termo que surgiu originalmente no meio militar ao falar dos grupos clandestinos que praticavam sabotagem, difusão de boatos dentro de um país ou região, em situações de guerra e invasão, no sentido de provocar confusão e prejudicar o sistema de defesa e reação.

Você pode encontrar os chamados “quinta coluna” na sua vida profissional.

Você lembra aquele chato(a) das dinâmicas de grupo que você participou? Lembra que ele estava sempre contra qualquer idéia e procurava atrapalhar de toda forma as atividades? Pois, ele era instruído a fazer tudo aquilo, de modo a que tudo saísse errado, resmungando, incitando os demais a brigarem entre si, criando mal estar entre os participantes. Claro, que essa sua intervenção foi (e é) revelada ao final.

Já no dia a dia, você não tem a impressão de que tem gente que é contratada para trabalhar contra você? Tem colegas que parecem fazer tudo o possível para ser do contra. Se você apresenta uma idéia, determinados colegas criticam, colocam obstáculos, fazem tudo para você desistir, e por vezes, conseguem. Esses parecem estar em todos os níveis.

Se não criticam na sua frente, parece que tramam “nas suas costas”. Aliás, na sua frente, costumam elogiar suas idéias e podem até demonstrar apoio para que elas progridam, no entanto, quando estão longe de você costumam fazer comentários maldosos e desconstrutivos, quando não agem para sabotar seus planos. Exemplos assim você já deve ter tido, infelizmente.

Pior ainda quando essas atitudes de “quinta coluna” partem de superiores. Podem elogiar as suas idéias e planos, mas, ao invés de ajudar no encaminhamento, esses procuram sabotar a implementação, postergando atividades a qualquer pretexto quando não roubam suas idéias para apresentá-las mais tarde como se fossem suas.

No dia a dia, ter um superior que aja como “quinta coluna” é bastante complicado para quem deseja progredir na carreira. Um exemplo pode vir do filme “Em Busca da Felicidade”, em que o personagem do ator Will Smith, além de passar por tantas tribulações pessoais ainda teve que superar os obstáculos colocados pelo seu superior que insistia em tratá-lo como um servidor de café ou manobrista. Nada contra essas atividades mas que infelizmente não faziam parte da vida do “coitado” do Will Smith.

Ainda, lembro-me de uma disputadíssima partida de tênis entre Ivan Lendl e John McEnroe em que o Ivan parou a partida para questionar o juiz sobre um ponto que esse havia dado para o McEnroe. Indignado, Lendl diz ao juiz: “sr. juiz, as coisas aqui dentro não estão fáceis, então, por favor, não procure complicar ainda mais”.

Como reagir quando tiver certeza de que está diante de alguém que parece estar fazendo o papel de “quinta coluna”? É recomendável que você avalie os seus objetivos profissionais e pessoais para tomar uma decisão quanto aos efeitos e resultados da reação que você decidir tomar. Mas, sempre aja com cuidado.

* Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional. Todas as suas matérias refletem as suas experiências profissionais presenciadas durante anos como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais. A reprodução total ou parcial é autorizada desde que citada a autoria e o portal Dicas Profissionais. (www.dicasprofissionais.com.br)