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Desde a entrevista, é melhor ser sempre você

Posted: 23 de setembro de 2008 às 6:31 pm   /   by   /   comments (0)

Por Vicky Bloch

Como devo me portar em uma entrevista de seleção? O que pode me destacar em uma dinâmica de grupo? Estas são algumas das perguntas que jovens em busca de um primeiro emprego ou mesmo profissionais mais experientes costumam nos fazer. A resposta é uma só: seja você, o tempo todo.

Parece tão óbvia e antiga a recomendação de agir naturalmente, mas muita gente ainda tenta interpretar um personagem nestes momentos. É até aceitável que, numa disputa com dezenas ou centenas de candidatos, as pessoas se esforcem para impressionar os selecionadores. Mas, adotar um padrão de comportamento que não é seu acaba soando falso. Por isso, cuidado com regrinhas que prometem sucesso ao mecanizar suas atitudes.

Um consultor de carreira jamais pode lhe ensinar como ser autêntico, mas pode ajudá-lo a desenvolver sua competência central, aquela que o diferencia. A partir daí, você terá segurança para se sobressair sem depender de mais dicas ou normas.

Numa entrevista, você falará o suficiente sobre sua história profissional, seus interesses, suas competências e resultados. E precisará fazer boas perguntas para decidir se aquela é realmente o tipo de empresa na qual deseja trabalhar.

Já numa dinâmica de grupo, avalia-se sua capacidade de relacionamento e de liderança. Ambos os estágios são supervisionados por profissionais treinados para observar os perfis psicológicos. Por isso, é difícil sustentar um papel fictício por muito tempo diante deles.

Mesmo aqueles que têm talento para as artes cênicas estão sujeitos a se revelar no dia-a-dia do emprego. O melhor a fazer é assumir logo de início o seu jeito de ser. Por exemplo, se você é do tipo que não consegue ficar calado diante de algo que considere injusto, deixe isso claro. Mas, evidentemente, não exagere. Ficar indignado por motivos banais não lhe ajudará em nada. Bom senso, como sempre, é o melhor conselheiro.

Enfim, com o dinamismo do mercado de trabalho, que está mais ativo tanto para contratar como para demitir, as relações trabalhistas estão muito frágeis. Os únicos fatores que garantem empregabilidade são: estar atualizado em seus conhecimentos, em suas competências e em sua rede de relações.

Isso vale para qualquer profissão? Sim, desde que você esteja fazendo o que realmente gosta. O mercado até pode ditar quais as carreiras que estão em alta no momento, mas é você quem determina o tamanho do seu mercado, o valor do seu trabalho.

Hoje, o emprego de carteira assinada é apenas uma das opções. Você pode trabalhar por projetos, ser consultor, abrir o seu negócio, atuar como fornecedor terceirizado, etc.

Claro que o bom senso também vale para evitar aventuras arriscadas e desnecessárias. Abrir um negócio próprio, por exemplo, requer um conjunto de características e amadurecimento de competências.

Ao iniciar uma empresa, você tem que fazer de tudo um pouco. Portanto, quem ainda não tem muita experiência, pode vivenciar sua paixão profissional em uma corporação maior, até se sentir preparado. Afinal, gostar de cozinhar não é o suficiente para que você decida abrir um restaurante. É preciso primeiro conhecer o mercado e a realidade de quem já está nele.

Há também pessoas apaixonadas por profissões que são historicamente mal remuneradas, como professores, e que precisam ter outras ocupações para complementar a renda. Se você está em situação semelhante, analise quais das suas competências são transferíveis ou desejáveis para outros mercados.

O que mais importa é descobrir qual é a sua âncora de carreira, aquilo que tem mais valor em sua vida. E saber que sua segurança não está do lado de fora, mas dentro de você. Boa sorte!

Vicky Bloch é uma das consultoras mais requisitadas por líderes empresariais, fundou e gerenciou por 18 anos a DBM do Brasil. Mais informações no site www.vickybloch.com.br.