Está na hora de mudar de emprego?

por Nelson Fukuyama*

Se você é um dos milhões de profissionais que está pretendendo mudar de emprego vai ficar interessado em saber que hoje tem uma matéria no jornal Estado de São Paulo que traz comentários interessantes sobre o mercado de trabalho nacional, feitos com base nos dados do Caged Cadastro Geral de Empregados e Desempregados referentes aos dois primeiros meses de 2012.

As boas notícias trazidas por esses comentários são: primeiro, a expansão da economia deu mais poder ao trabalhador. Embora isso possa nem ser tão significativo para você: segundo, há sobra de emprego; terceiro, mostra que mais profissionais deixaram a empresa para trocar de patrão; e quarto, e mais interessante, até porque representa um recorde, mais de 30% das demissões são por iniciativa do trabalhador,

De repente, essas notícias podem deixar você com aquela vontade de tomar a decisão esperada e desejada nos últimos tempos, que é a de pedir demissão para trocar de empresa imediatamente, para aproveitar o momento que parece favorável. Como escrevi, “essas notícias podem” e não “devem deixar” deixar você com aquela vontade de tomar a decisão. Por quê? Acredito em seu bom senso para avaliar e tomar uma decisão, mas há alguns pontos de preocupação a serem considerados. Vejamos.

Será que esses dados estatísticos demonstram realmente a situação em sua área de atuação? Imagine se você é um profissional especializado em alguma atividade, será que vai encontrar facilmente uma colocação que ofereça os mesmos benefícios que o emprego atual?

Também, será que eles refletem realmente a situação de emprego no seu segmento de mercado? Além de considerar que você possa ser um profissional especializado em alguma atividade, é preciso avaliar os riscos e vantagens de pedir demissão ou simplesmente querer trocar de emprego se o segmento em que atua não oferecer vantagens para uma mudança.

Ainda, será que esses dados representam a situação do mercado de trabalho de sua região? À primeira vista, as notícias são globais, nacionais, mas, à medida que você se aprofunda nos detalhes, vai percebendo que elas não refletem exatamente o que acontece em cada região do país. Por exemplo, você vai perceber que em estados da região norte as demissões foram provocadas por empresas, ou seja, não foram demissões voluntárias, a pedido dos empregados.

Estatísticas são estatísticas! Precisam ser avaliadas com cuidado.

O que é importante considerar em um desejo de mudar de emprego é se realmente vai valer a pena ou se você vai mudar de emprego apenas para mudar de lugar de trabalhar. Se você quiser realmente mudar de emprego para valer a pena, vai ter que comparar as condições de trabalho atuais, inclusive, claro, o que tem de benefícios agregados ao seu salário mensal, com as condições que lhe serão oferecidas pela nova empresa, sem correr o risco de passar por uma situação como aquela que chamamos de “trocar seis por meia dúzia”. Já, se estiver pensando em trocar de local de trabalho, daí vai ter que considerar que se preocupar em mudar o quanto mais rápido possível o seu “endereço comercial”sem correr o risco de ficar desempregado.

Falando em tempo de recolocação no mercado de trabalho, isso também deve fazer parte de suas preocupações, uma vez que a gente sabe de muita gente boa que passa meses e meses em busca de uma nova colocação no mercado de trabalho.

E, por fim, se você não tiver nenhuma preocupação extra, como a de sustentar outras pessoas, ou se já tiver uma empresa com a qual esteja com negociação bem adiantada, porque se preocupar mais?

Boa sorte!

Ah! Se você quiser ler a matéria do Estadão acesse: economia.estadao.com.br/noticias/economia,com-sobra-de-emprego-mais-brasileiros-deixam-a-empresa-para-trocar-de-patrao,108723,0.htm

* Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional. Todas as suas matérias refletem as suas experiências profissionais presenciadas durante anos como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais.

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