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Estamos no mesmo barco

Posted: 4 de abril de 2013 às 8:00 am   /   by   /   comments (0)

Não estou gostando de algumas coisas que eu estou vendo acontecer, e vou falar algumas realidades sobre empreendedorismo e startups.

Bom, sou baiano e estatisticamente estou na linha do fracasso profissional. Por quê?

  1. Sou pobre (classe C)
  2. Moro no interior da Bahia, na minha cidade não tem nem aeroporto, e a internet chega até os míseros 10 MB.
  3. A indústria da minha cidade é fraca. A Indústria mais famosa da cidade não contrata pessoas da cidade para cargos administrativos de “alto nível”, então esqueça um trainee aqui.
  4. Minha cidade sobrevive da agropecuária (mais pecuária), não é por acaso que a maior e possivelmente única feira no calendário de eventos, tem o foco no pecuarista.

Posso dar mais de 1.000 motivos para eu e você (pensou que ia ficar de fora) estar dentro desta estatística.

Contudo, vou apresentar os famosos conselhos para quem deseja subir na vida aqui em Jequié.

O que todas as mães de crianças que nascem por aqui dizem?

“vai ser dotor quando crescer” – é “dotor” mesmo, ou “adevogado” ou ortopedista.

1 – Faça Medicina

Opa! Esqueci que sou pobre

2 – Então faça enfermagem, fisioterapia, odontologia e ouvir dizer que farmácia promete

Mas tem que ser dedicação total, quem trabalha no comércio, não pode, que pena.

3 – Faça advocacia

Na cidade não tem, pobre se quebra.

4 – Faça administração e trabalhe de “gerente sênior” em uma empresa da cidade

Longe de ser realidade. Seu salário aumenta, mas seu cargo continua o mesmo, só muda de nome do setor, fica um nome chique e as vezes você ganha cartão de visita pessoal.

Era conhecida como gerente administrativo, agora é Chief Administrative Officer (CAO), não sabe nem pronunciar e a carteira de trabalho continua assinada como auxiliar administrativo.

5 – Agora tem as empresas de construção civil, mineradoras, e aquela empresa que está construindo a linha de trem da cidade

Vá trabalhar lá, eles pagam bem, sério. Mas cargo de engenheiro, nem pensar. No máximo Mestre de Obras.

6 – E o não menos importante, aliás, o mais importante de todos os conselhos, a solução para a seca do nordeste, a solução da pobreza, o topo da carreira profissional. FAÇA UM CONCURSO PÚBLICO

Primeiro o municipal, depois o estadual para nível médio, depois analista, depois suba o nível para o federal (com exceção dos correios). Parece Pokémon na “pokebola” Jequié.

Para que serve um concurso público? Qual a finalidade dele? Vocação? Que nada, serve mesmo para ganhar dinheiro, só isso. Poucas são as pessoas que fazem por vocação. A ladainha é a mesma: “quero um carro e uma casa, tenho que passar em um concurso público”.

Aqui em Jequié seu futuro está decretado. Quer prova? Olhe o comércio da cidade! Olhe a indústria da cidade! Olhe a política da cidade!

A culpa desta limitação é de quem? Dos empregadores? Dos ricos?

A culpa é sua e minha. Se não está bom, não reclame, mas faça alguma coisa e faça logo!

Gaste menos energia elétrica, saia da frente da televisão, pare de assistir novela, BBB, pare de jogar na mega sena, pare de apostar que um dia sua vida vai dar certo, não esquente a sua bunda no sofá.

MUDE, EMPREENDA!

[author] [author_image timthumb=’on’]http://www.yamaeducacional.com.br/autores/logo.fb.jpg[/author_image] [author_info]Gustavo Bonfim escreve sobre empreendedorismo e startup em seu blog.[/author_info] [/author]