Newsletter subscribe



Artigos

Eu não sou o maior, mas posso ser o melhor.

Posted: 2 de fevereiro de 2017 às 6:00 am   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Muita gente, especialmente quem mora fora dos grandes centros urbanos, pensa que ter cursado uma faculdade desconhecida pode atrapalhar ou retardas as suas oportunidades no mercado de trabalho. Eu sou um exemplo de que isso não é verdade.

Meu curso superior foi realizado em uma faculdade que não era nem de longe uma dessas consideradas de vanguarda na região. Foram quatro dolorosos anos.

Logo após a conclusão do meu curso superior, quando pensei em ingressar como trainee da Price Waterhouse, por sugestão de um amigo de empresa, todos diziam “impossível, porque o processo era bastante concorrido e bem disputado. Os candidatos eram estudantes das melhores universidades, e, gente com muita indicação”.

Participei de dois processos. No primeiro não fui aprovado. No segundo, tivemos um teste de conhecimentos gerais e em seguida, uma dinâmica de grupo, durante a qual tínhamos que discutir um tema que havia sido entregue a cada um na hora da inscrição. “Sem solução, um case sem pé nem cabeça”, disse o Agmon N. Paixão, meu chefe na empresa em que trabalhava na época, a quem pedi sugestão devido a sua grande experiência em Marketing. “Mas”, disse ele, “vamos encontrar uma resposta que seja mais ou menos a melhor” e assim preparamos algumas folhas de papel sulfite comentando os prós e contras das duas alternativas.

Chegou o dia da entrevista. Logo espalhei sobre a mesa as folhas que havia preparado, o que certamente causou um espanto em todos os candidatos que não levaram nada. “Podem começar o debate” disse um dos cinco sócios presentes. Passados alguns minutos sem que nenhum dos oito candidatos participantes da mesa se manifestasse, o sr. Wallace Zornig, sócio da empresa, que assistia a reunião, olhou para mim e disse: “bom, Nelson Fukuyama, já que ninguém quer falar nada, você poderia começar dizendo o que pensa sobre o case apresentado”.

Foi a “deixa”, como diz a moçada, para eu começar as expor as ideias. Quando terminei, o meu companheiro do lado disse apenas “concordo com ele” e, assim foram os demais outros seis. Apenas um deles disse que não concordava comigo e que tinha sua opinião. Conclusão: apenas eu e esse candidato que discordou de minha opinião fomos escolhidos daquele grupo.

Foram 60 selecionados dentre mais de 2.000 candidatos de todo o país naquele processo daquele ano.

Essa experiência de sair-me bem no processo foi a grande abertura para o mercado de trabalho. A partir daquela empresa, aliás desde sempre muito conceituada, tive muitas oportunidades em outras empresas de consultoria e de diversos segmentos da indústria.

Portanto, não se deixe abater porque a sua faculdade não está entre aquelas de ponta. Nem se impressione se os candidatos a vaga são pessoas de posse ou tenham referência. Apenas faça a sua parte, estude, se esforce, e os resultados virão.

*Nelson Fukuyama é Gestor e Colunista do portal Dicas Profissionais, é Diretor e Administrador da Yama Educacional e Colunista dos portais Carreira&Sucesso da Catho, da Revista Atitude Empreendedora e Administradores.com para os quais fala sobre comportamento no ambiente de trabalho, com base em sua trajetória profissional ascendente, de trainee de consultoria externa a diretor de empresas nacionais e multinacionais.