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Metade das empresas “barram” diversidade na hora de contratar

Posted: 1 de julho de 2019 às 6:52 pm   /   by   /   comments (0)

Muito se tem falado sobre a importância da diversidade de colaboradores no ambiente de trabalho. Há empresas que montam comitês, criam programas de gestão específicos para o tema e até utilizam seus canais de comunicação e marketing para divulgar suas iniciativas voltadas à valorização de grupos sub-representados no mercado de trabalho.

Contudo, de acordo com um estudo da Future Minds Consultoria, 49,5% das organizações ainda criam obstáculos e eliminam candidatos em razão de gênero, faixa etária, situação social, religião, etnia, entre outros aspectos. A pesquisa foi realizada entre maio e junho deste ano com 200 profissionais ligados à área de Recursos Humanos, que trabalham em companhias de diferentes setores em todo País e pertencem ao mais tradicional grupo de RH do LinkedIN, o RH Que Inspira.

Mais de 70% dos entrevistados desconheciam a existência de uma ferramenta para impedir o chamado ‘viés inconsciente’ do recrutador no seu local de trabalho. Foram constatadas, por exemplo, a exigência dos futuros empregadores de só permitir que o RH selecione candidatos com formação em ‘faculdades de primeira linha’ ou que tenham realizado intercâmbio.

Segundo Lilian Cidreira, CEO da Future Minds Consultoria, apesar de as discussões sobre diversidade e inclusão estarem ganhando força no mundo corporativo, esse cenário só virará realidade quando houver uma mudança de cultura em toda a organização. “Quanto mais as empresas promoverem a diversidade, maior será a divergência de pensamentos e modelos mentais e, consequentemente, mais oportunidades de inovação”, afirma Lilian.

Para Tiago Machado, especialista em inteligência artificial aplicada ao recrutamento e à gestão das pessoas, a tecnologia é um dos caminhos para derrubar barreiras, conscientes ou não, buscando uma seleção não subjetiva. “Como num teste cego de qualidade de um produto, o uso de algoritmos para avaliação de currículos garante um processo justo e democrático, já que o sistema ignora critérios como renda, gênero, raça e outros conceitos pré-determinados”, explica Machado.

Desde 2017, ele está à frente da Rocketmat – uma empresa global, criadora de um algoritmo inédito para mensurar a aderência de um perfil à cultura da empresa, considerando não apenas os candidatos(as) à vaga, mas avaliando também os colaboradores da ativa. “A inteligência artificial de verdade é capaz de diferenciar o perfil de funcionário que a empresa, de fato, necessita com aquele perfil que a companhia supõe ser adequado”, acrescenta.

Muito além das ferramentas que se limitam associar o check-list preparado pelo contratante com os termos destacados nos currículos dos candidatos, a verdadeira inteligência artificial realiza uma análise aprofundada entre as necessidades do cargo e as habilidades cognitivas e práticas de quem já entrega bons resultados para o negócio, para só então apresentar as características fundamentais para um candidato se destacar naquela determinada função dentro da companhia.

Criado por cientistas de dados brasileiros, esse algoritmo faz sua pesquisa a partir dos comportamentos dos atuais e ex-funcionários registrados no banco de dados da própria empresa, o que elimina a possibilidade de um currículo ser discriminado por um critério previamente estabelecido. “Todos têm chances iguais, pois a inteligência artificial não quer saber se a pessoa é casada, tem filhos pequenos, mora longe ou estudou em escola pública”, completa.

O avanço da tecnologia, portanto, parece combinar com o aumento da conscientização das empresas de que o sucesso e a inovação de um negócio não dependem apenas da atração de talentos, se esse processo não incluir a promoção da diversidade.