Não é todo mundo que gosta de receber ordens

Nelson Fukuyama*

Se há uma coisa que muita gente detesta é receber ordens. Simples pedidos como “Fulano faça isso já”, “Quero que você leve isto para Siclano”, por exemplo, são como um martírio para muitas pessoas.

Martírio que, se pensarmos bem, começa dentro da própria casa. A mãe “pede” (pedir e não mandar) para o filho/a para que ele/ela vá até a padaria comprar um pãozinho…A mulher “pede” para o marido passar no supermercado e comprar algumas coisinhas…Pronto! nesses casos, pedir é a mesma coisa que mandar…

E no ambiente de trabalho é a mesma coisa. “Pegue isso e leve para lá…”, “faça tudo de acordo com o manual”, “faça como eu te falei para fazer”…Ninguém gosta. É uma murmuração danada…Respostas como “poxa vida!, só tem eu?”, “porque eu? não pode “mandar” outro?”

Infelizmente, esse sentimento negativo do “pedido de favor” se estende para todos os campos da vida e em todos os níveis.

“Não preciso de ordem de ninguém” diz o executivo que se rebela contra uma orientação de sua chefia ou de alguém encarregado pela supervisão ou auditoria de seu trabalho. “Quem ela pensa que é para me mandar fazer isso” diz um funcionário quando a chefia é uma mulher.

“Quem é que vai querer me dar ordens. Afinal, sou eu que manda aqui”, diz o mais alto dirigente de uma empresa privada ou governamental.

Uma coisa é certa: pior que não aceitar tarefas sem resmungar é aceitar fazer alguma coisa contrariado. Não preciso nem dizer que o resultado final de tudo o que se faz de má vontade acaba ficando péssimo.

Tem como não aceitar qualquer ordem sem reclamar?

Tem duas alternativas.

A primeira é tornar-se uma pessoa que aceita tudo numa boa um/a autêntico/a “yes man” ou “yes woman”. “Claro, sim senhor, sim senhora”, e pronto! In a nice!

A segunda é “bater boca” com quem pediu/mandou, desentender-se e ficar sujeito até a perder o seu cargo/emprego. Ou a um impeachment!

Qual dessas você geralmente prefere?

*Nelson Fukuyama é Fundador e Gestor do Dicas Profissionais, para o qual escreve artigos escritos com base suas experiências profissionais.