O difícil não é trabalhar, o difícil é chegar até o trabalho

Nelson Fukuyama*

Logo de manhã nesta segunda feira ouvi um diálogo interessante na rua. Uma menina disse para a colega exatamente isso: o trabalho não é difícil, o mais complicado é chegar e voltar do trabalho todo dia. Usuário de transporte público ou não quem sai de casa chega a gastar cerca de duas horas até a empresa, e, considerando mais duas horas de volta, se perde quatro horas do dia no trânsito, em condições intolerantes.

Eu já comentei esse assunto antes sobre a dificuldade de trânsito que parece aumentar a cada dia que passa. O que fazer?

Para começar a gente deve reconhecer que o trânsito é um problema sério em qualquer lugar. Eu me lembro que a primeira vez, no início dos anos 90, encontrei um trânsito terrível no caminho do Aeroporto de Londres até o Centro da cidade. Também em Tóquio foi a mesma coisa. Isso tudo em um final de tarde de sábado. Aqui no Brasil a situação não era diferente mesmo em cidades de menor porte. O trânsito de Manaus, por exemplo, já tinha congestionamento de veículos no final dos anos 80. Assim também era Belo Horizonte, Vitória no Espírito Santo, Porto Alegre, Salvador, Campinas. O caos já não acontece somente nos horários de pico, as filas de veículos são enormes e a pensar que as montadoras “despejam” novos veículos a cada mês nas ruas.

Bom, uma solução seria se grande parte da população passasse a usar o transporte público. Pena que a qualidade e a superlotação não animam quem pensa assim. Bons tempos os de meados da década de 70 época em que não era tão comum ter um carro para trabalhar. O fato é que apesar dos grandes investimentos em todo o país a situação parece que ainda vai demorar a se regularizar.

Então, sobra a alternativa de se procurar ter um emprego perto de casa, o que nem sempre é fácil. Aqui em São Paulo, por exemplo, conheço pessoas que moram em um lado da cidade e têm que atravessar a cidade todo o dia para ir ao trabalho. Quem usa transporte público tem que desdobrar dentro de duas ou três conduções para poder trabalhar. Não sei se compensa o gasto com transporte e outros gastos,mas, de repente, poderia ser uma solução para cada pessoa procurar um emprego perto da sua casa.

Ou ainda, como alternativa, buscar uma atividade que lhe permita trabalhar em casa, sem necessidade de grandes e constantes deslocamentos até o local de trabalho e vice versa. Muitas empresas já aderiram a esse sistema de manter seus colaboradores em casa por uma parte do tempo ou ainda mantendo um horário flexível para algumas categorias de colaboradores.

O fato é que não se desgastando no transporte diário o profissional adquire mais qualidade de vida e tem mais energia para investir em suas atividades produtivas ou pessoais sem contar a economia que ele pode ter sem os deslocamentos.

Coisas para serem consideradas. Se você concordar com essas dicas seria recomendável discutir com outros colegas da empresa ou não e apresentar sugestões para que haja uma melhoria na sua qualidade de vida. A vida na comunidade que você frequenta se tornará mais agradável e a sua produtividade ficará maior e mais agradecida a você.

*Nelson Fukuyama, é Diretor da Yama Educacional, Editor-Chefe e Autor de artigos do portal DicasProfissionais e também Colunista do portal Carreira&Sucesso da Catho. Foi Auditor, Controller, Superintendente e Diretor de Administração, Finanças e Recursos Humanos de empresas nacionais e multinacionais e também Consultor de Empresas e Negócios.

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