O “mau cheiro do bode” e solução de problemas profissionais

Nelson Fukuyama*

Lembro-me que uma vez li uma estorinha interessante que falava assim.

Reuniram-se pessoas influentes e poderosas da sociedade em uma sala para discutir e tentar encontrar uma solução para um problema muito sério que estava acontecendo com o seu país. Depois de várias horas de discussão não se encontrava uma solução, pelo contrário, os ânimos ficavam cada vez mais exaltados. Todo mundo já discordava de todo mundo, e aparentemente não havia uma forma de se acalmar os presentes. Lá pelas tantas, e não se sabe de onde e nem que fez aquilo, alguém percebeu na sala um cheiro muito forte que começava a incomodar os presentes. Olhando daqui e dali, encontraram um velho bode escondido debaixo da mesa cujo cheiro estava inundando a sala e causando o mal estar entre muitos dos presentes. As discussões foram interrompidas, os inimigos presentes se juntaram dando-se as mãos, e o esforço agora era tirar o bode velho e mal cheiroso da sala. Pronto! O bode foi colocado para fora, os então inimigos se abraçaram com os amigos e voltaram para dentro da sala. “Sobre o que estávamos mesmo discutindo?” disse alguém. “Acho que era sobre o problema sério que estava afligindo o nosso país”, respondeu outro, que continuou “mas, acho que podemos avançar para outro assunto”. E pronto, a reunião continuou sem mais problemas. Parece que o cheiro do bode mudou o rumo de toda a reunião.

Essa estorinha é tão interessante que até um comercial de uma montadora de veículos está sendo veiculado como uma situação parecida com essa. Nesse comercial, pessoas começam a falar de uma determinada coisa/problema e ao entrarem do novo carro, esquecem o que estavam discutindo e passam a falar dos detalhes positivos do carro.

Não é interessante saber que muitas vezes nos deparamos com situações como essas em que pessoas se reunem e se desgastam para discutir certos problemas profissionais, ficam nervosas umas com as outras, e quando menos se espera, por uma determinada outra situação, mudam de assunto e passam a dar prioridade a outro assunto que eventualmente nem estavam sendo discutidos.

Então, na primeira oportunidade que surgir em casos assim, lembre-se do comentário final e não seja você o primeiro a querer mudar de assunto, fincando o pé na busca de uma solução para o problema do qual estava sendo discutido em primeiro lugar e que era de fato o mais importante da reunião.

* Nelson Fukuyama é Editor-Chefe do Dicas Profissionais e Diretor da Yama Educacional. Teve passagens por empresas de consultoria externa (atuais PriceWaterhouseCoopers, Ernst&Young, Binah), Conglomerado Financeiro nacional (Banco Itaú e Itaúsa), e empresas multinacionais (AkzoNobel, Laporte Group PLC e Walbro) como Auditor, Consultor, Controller, Superintendente e Diretor de Finanças e Administração.