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O que acontece com profissionais que desvalorizam o seu trabalho?

Posted: 25 de maio de 2016 às 6:15 am   /   by   /   comments (0)

Alexandre Prates*

Há alguns meses eu estava em Natal, retornando para o Rio de Janeiro. O voo era na madrugada, por volta das 4:00 AM. Ao chegar no aeroporto, decidi tomar um café e fui maravilhosamente surpreendido por um rapaz que me presenteou com um atendimento extraordinário. Não estou exagerando, o termo extraordinário se encaixa aqui. Um bom dia efusivo, um sorriso constante no rosto, o uniforme impecável e a postura de quem tem orgulho e prazer em servir o cliente. E por que isso é extraordinário? Embora não devesse ser, mas quantos atendimentos são assim? Quantas pessoas têm orgulho de fazer o que fazem? Quantos profissionais realmente servem seus clientes? Certamente, se essa empresa tiver uma boa gestão, esse rapaz será notado e alcançará novos postos. Se a empresa não o valorizar, terá espaço no mercado sempre.

Esse rapaz, na verdade, está fazendo o básico muito bem feito, mas nos tempos atuais se difere da grande maioria que detestam o seu trabalho, menosprezam a sua atual função e descarregam essa insatisfação no mundo.

Mas eu lhe pergunto: isso ajuda ou atrapalha a evolução de uma carreira?
Claro que atrapalha e por motivos óbvios. Nós temos apenas dois ciclos para viver em uma carreira, veja em qual você se enquadra:

Ciclo Virtuoso: Orgulho – Atuação positiva – Resultados – Reconhecimento – Realização

Eu me orgulho do que eu faço, logo, faço bem. Se eu faço bem, tenho mais chances de entregar bons resultados. Quando entrego resultados, sou reconhecido e isso me traz um senso de realização. E um profissional realizado, compromete-se mais e naturalmente, suas chances de evolução são maiores.

Ciclo Vicioso: Desvalorização – Descaso – Improdutividade – Insatisfação – Vitimização

Eu desvalorizo o que faço, logo, agirei com descaso. O descaso gera comportamentos improdutivos e o resultado não vem. Sem resultado, não existe reconhecimento. Sem reconhecimento, a insatisfação se faz presente cotidianamente, o sentimento de vitimização se instala e a carreira pouco a pouco vai sendo prejudicada.

Em qual ciclo você se encontra?

Podemos ilustrar centenas (talvez milhares) de exemplos de pessoas que começaram suas carreiras com muitas dificuldades e que ao longo de sua trajetória prosperaram. Mas também, podemos trazer milhares (talvez milhões) de pessoas que reclamam de seus trabalhos, de suas empresas, do seu salário e cometem um erro: diminuem o seu desempenho por se acharem melhor do que o seu estado atual. E sabe o que acontece com essas pessoas? Passam a não merecer nem o que já tem e se darão conta disso quando perderem o emprego e ao procurar uma nova oportunidade, não conseguirem preencher o campo ‘referências’ nas entrevistas.

Eu sempre acreditei que jamais eu deveria trabalhar por uma empresa e sim, pela minha carreira. E deu certo! Sempre que eu pensava que o meu trabalho atual contribuiria para a minha trajetória, eu jamais me preocupei com a falta de reconhecimento, com o salário baixo, com o assumir novas responsabilidades que estavam além das minhas funções, pois o foco não era a empresa e sim, o meu propósito de vida.

Você não precisa amar o que está fazendo atualmente, mas se está fazendo, valorize, se entregue, faça o melhor e colha os frutos disso para a sua carreira. É preciso merecer uma oportunidade melhor e não é desvalorizando o que se faz hoje que será merecedor de algo maior.

As pessoas que eu mais admiro na vida são aquelas comprometidas, engajadas e orgulhosas de suas atribuições. Não existe nada pior do que conviver com pessoas que não brilham, que são apáticas, que desistem de lutar simplesmente por se entregarem ao desgosto de um estado atual que pode ser melhorado ou não.

Eu desejo que você valorize o que já conquistou e que não se acomode jamais.

Forte abraço e sucesso!

*Alexandre Prates www.alexandreprates.com.br é especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional. É também Master Coach, palestrante, sócio-fundador do ICA (Instituto de Coaching Aplicado) e sócio do Grupo Alquimia, consultoria especializada em franquias. Escreveu o livro “A Reinvenção do Profissional – Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro” e é autor da metodologia de coaching “Inteligência Potencial”.