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O que comemorar no Dia do Trabalho?

Posted: 1 de maio de 2019 às 1:30 pm   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Hoje é comemorado o Dia do Trabalho, que com o tempo passou a ser também o Dia do Trabalhador.

Uma pergunta que a gente costuma ler/ouvir nessa ocasião é “de fato, há alguma coisa a se comemorar no Dia do Trabalho ou do Trabalhador?” levando em conta a situação, em geral, precária que vive o mercado de trabalho, principalmente aqui no Brasil?

“Sim”, diriam, felizmente, muitos. “Eu tenho o meu emprego, boas condições de trabalho, remuneração que satisfaz minhas necessidades e a de minha família”. Felizardos mesmos, que mantenham essa condição por muito tempo.

Mas, para milhões, a resposta é “NÃO”. Porque.

Faltam empregos?

Ter um emprego não está sendo tarefa fácil. Vi na tevê ainda ontem que cerca de 28 milhões de brasileiros são considerados subutilizados pelo mercado, e ai se incluem os desempregados, os que já desistiram de buscar uma vaga, e os que vivem “de bico” e outros. O jornal que li ainda esta manhã diz que em São Paulo, por exemplo, um trabalhador desempregado leva cerca de 01 ano para conseguir uma vaga de trabalho. O que dizer da situação de desempregados no País?

Para complicar ainda mais, a gente tem conhecimento de algumas multinacionais que estão encerrando suas atividades em determinados locais para transferi-las para outras cidades ou estados. A Ford, no caso, está encerrando as suas atividades no ABC e deixando milhares de trabalhadores sem seus empregos.

Daí que os trabalhadores da cidade e da região que receberão essas novas indústrias, ao mesmo tempo em que ficam esperançosos por uma oportunidade, se deparam com um novo problema: a modernização dos processos de trabalho daquela empresa. O anúncio da abertura de vagas diz que serão contratados 1.000 profissionais, em vários níveis, mas a realidade é que essas vagas acabam se convertendo em apenas 100, e somente quem tem conhecimento específico poderá disputar uma delas.

Há outras situações complicadas a serem citadas como salários defasados ou diferenciados para homens e mulheres, pressão por metas, desqualificações de jovens e afastamento de profissionais mais velhos.

O jeito é batalhar pela sobrevivência.

Para muitos não há alternativa senão entrar em uma dessas filas gigantescas que estão sendo formando em várias cidades do País para disputar uma vaga que nem sempre tem a ver com a sua qualificação ou remuneração.

Tudo para ter uma forma de sustento. Sabendo que em muitas famílias compostas por 5 pessoas, por exemplo, há casos em que 4 delas estão desempregadas. Além das agruras diárias por falta de alimentação básica, há o abandono ou postergação de metas e sonhos.

Ah! mas, estávamos falando se há alguma coisa para comemorar nesse Dia do Trabalho.

Para quem se conforma, o jeito é participar dos shows que são realizados em várias partes do Brasil, onde líderes sindicais aproveitam para deixar as suas mensagens em meio a apresentação de cantores cujas músicas e letras não tem nada a ver com a triste realidade de quem tem que levantar bem cedo já na madrugada do dia 2 de maio para ir para os seus trabalhos, em péssimas condições de transporte, de alimentação, de trabalho, de tudo. Ou ter que sair para buscar um emprego.

*Nelson Fukuyama é Gestor e Colunista do portal Dicas Profissionais, é Diretor e Administrador da Yama Educacional e Colunista dos portais Carreira&Sucesso da Catho, da Revista Atitude Empreendedora e Administradores.com para os quais fala sobre comportamento no ambiente de trabalho, com base em sua trajetória profissional ascendente, de trainee de consultoria externa a diretor de empresas nacionais e multinacionais