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O que fazer em tempos difíceis?

Posted: 9 de fevereiro de 2009 às 12:54 pm   /   by   /   comments (0)

Por Nelson Fukuyama*

O país (e o mundo todo) passa por uma situação difícil com a grande quantidade de desemprego e crise financeira. Os governos tentam criar alternativas. São promessas de novos empregos, mas o número de demissões é maior. Muitas empresas não têm muitas alternativas para manter seus colaboradores. E naturalmente essa situação acaba sobrando para o trabalhador.

Esse, na condição de parte fraca do sistema, é obrigado a sobreviver de acordo com as condições que lhe são impostas, ou melhor, é obrigado a adaptar-se às novas condições, principalmente tendo que diminuir seu padrão de vida, cortando seus próprios gastos, assim como de seu lazer, de sua família. Quem está empregado, que trate de se manter. Quem está desempregado, trate de ter paciência…e buscar alternativas.

Esses são os temas do momento das revistas semanais, dos jornais, de tudo. Exemplos de pessoas que mudaram de cidade para buscar novos rumos e não se saíram bem. Outros deixaram de morar em bairros nobres.

Mas, parece que tudo se leva pelo lado da reportagem. São muitas as formas de se comentar o problema difícil de quem está passando por essa situação, mas, parece que sempre fica a impressão de que tudo é simplesmente uma matéria para os leitores.

Na verdade, cabe ao trabalhador escolher para si as melhores armas para enfrentar essa situação. Infelizmente, não existe uma fórmula mágica para resolver o problema. É enfrentar e buscar formas de mudar a situação.

A nossa própria experiência nos permite apresentar alguns conselhos básicos que esperamos servir para você. Naturalmente que você deve levar em conta os mais diversos fatores como família, grupo social em que vive, etc…

1. Não se conforme com sua situação.Conformar aqui quer dizer, não encostar o corpo, não entregar os pontos se a situação está complicada. Ficar imaginando coisas, ficar nas promessas de amigos de amigos, não adianta muito. Ficar lamentando, pior.

2. Avalie as armas que você possui para enfrentar uma situação adversa. Quais são as armas que você possui? Uma família que o apoie? uma fé? Um amigo daqueles que comem um quilo de sal junto? Mas, sobretudo você mesmo.

3. Sempre haverá uma saída. Acredite, as situações não são definitivas. Sempre há possibilidade de que elas mudem. As pessoas mudam…as situações também! Existe até um ditado que diz mais ou menos assim: Se tudo não acabou bem é porque ainda não chegou ao fim.

4. Quais são os seus valores atuais? Não os perca, por nada. Por medo ou insegurança, as primeiras coisas que se perdem são os bens mais preciosos. Naturalmente que além de você mesmo, vão as famílias (por desentendimentos provocados pelas perdas financeiras), os bens, e assim por diante. Faça o impossível, mas mantenha esses bens preciosos com você.

5. Seja criativo. A grande arma dos tempos bicudos é a criatividade pessoal. E com certeza, você poderá encontrar várias formas dentro de você.

6. Invista seu tempo em coisas produtivas. Ficar envolvido em coisas que só consomem seu tempo não vale a pena. Muito passeio, muitas viagens fazem bem, mas, por pouco tempo. Atualize-se. Leia jornais, mesmo aqueles que parecem que não tem nada a ver com você. Converse com pessoas. Faça cursos de aperfeiçoamento profissional.

7. Reaja. Lembre-se do lutador de boxe. Se demonstrar para o adversário que o soco foi poderoso, aí sim é que a “vaca vai pro brejo”. Se cair, levante.

8. Libere seus sentimentos espirituais. Você sabia porque as igrejas, templos, mesquitas, centros espíritas e outros estão sempre cheios ultimamente? Não imagina? Entre em um deles e você saberá porque. Ou saiba desde já que grande parte da população está passando por problemas iguais aos seus, talvez com outros nomes e modelos. E muitos deles tiveram seus problemas resolvidos. E vai descobrir que muitos dos seus colegas de trabalho e escola são grandes freqüentadores desses lugares…

9. Aplique um pouco daquilo que você ouviu e aprendeu até agora! São esses momentos que nos permitem aplicar com maior garra aquilo tudo que ouvimos de conselhos, de orientações e de leitura de artigos. Agora é hora de fazer valer todo o suor e emoção dos escritores, palestrantes, professores, pregadores e outros. Se não, terá sido inútil o seu tempo e o tempo deles todos.

10. Lembre-se de uma coisa: a vida vai continuar com você ou sem você! Algum tempo atrás estava em uma pequena cidade do interior do Paraná, bem lá na divisa com Mato Grosso, com um amigo. Era de manhãzinha de um sábado. A cidade naturalmente é muito calma. Naquele dia especialmente não havia ruído de nada. De um lado, a invernada onde alguns animais estavam pastando…de outro lado, muito verde…para ajudar o descanso (afinal, ninguém é de ferro, ainda mais num lugar desses), estava numa piscina da empresa, com meu amigo Milton. “Veja só”, eu disse para o Milton. “Se a gente ficar aqui, sentado ou dentro da piscina, nada muda. A vida vai continuar normalmente. Os animais no pasto. O silêncio vai ficar igual. Nada de negócios. Nada de preocupações, de estresse. A vida vai seguir normalmente”

O que eu quis dizer com isso é que, no nosso dia a dia, acontece exatamente isso. Onde a gente estiver, em uma grande ou pequena cidade, não importa, nada mudará. Teremos fome, sede, sossego, conforto. As grandes tribulações do dia a dia continuarão ao nosso lado, e poderão ou não nos afetar. Tudo dependerá de nossa atitude. De nos envolvermos com as coisas ou não. De fazermos parte ou ficarmos alheios a tudo.

Isso vale especialmente nos dias difíceis quando as coisas não vão do jeito que nós gostaríamos que fossem. Se a gente ficar só como observador, de braços cruzados, nada mudará. Se ficarmos só reclamando que as coisas não vão bem, também nada adiantará.

 

* Nelson Fukuyama é Diretor da Yama Educacional.