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“Ponto Cego” Profissional

Posted: 11 de maio de 2009 às 5:31 pm   /   by   /   comments (0)

*Por Alexandre Freire

 

Parte dos acidentes envolvendo veículos, motocicletas e bicicletas, ocorre porque, em determinado momento, eles se encontram fora do alcance de visão do retrovisor. Estes acidentes ocorrem porque o outro veículo está numa área de não-visibilidade, o que chamamos de ponto cego.

Especialistas dizem que você pode minimizar o problema abrindo seu retrovisor até que a traseira de seu veículo saia do seu campo de visão. Mas mesmo assim, esta solução não elimina por completo o ponto cego. Este problema só será resolvido em sua totalidade se alguém, ao seu lado, alertá-lo da presença de outro veículo.

Recentemente, um fato desagradável aconteceu. Um profissional gabaritado fez uma indelicadeza com seu cliente e seu sócio durante um almoço de negócios. Porém, não foi a primeira vez que ele deixou seus convidados constrangidos. Pessoas de seu convívio questionam: Ele não tem noção de suas ações? Será que nunca ninguém lhe falou sobre isto?

A resposta é SIM para todas as perguntas. Muitos já o alertaram! O que está acontecendo então? Na verdade, este profissional não consegue enxergar este defeito. Ele não percebe o quão indelicado ele age e como fica desagradável o ambiente após seus repentinos ataques de fúria. Seu campo de visão está estreito, impossibilitando-o de ver além de suas palavras e atitudes. Em resumo, este profissional experimenta um ponto cego!

Quando temos um ponto cego profissional, podemos buscar uma solução abrindo o ângulo de nosso retrovisor pessoal. Ou seja, fazemos uma análise mais ampla de nossas ações e avaliamos com frieza as causas que nos levam a agir desta forma. Para alguns, ao mexer no retrovisor pessoal, é o bastante para melhorar sua relação com as demais pessoas de seu convívio profissional.

Porém, para outras pessoas, não querendo usar o trocadilho, o ponto cego está mais escondido do que nunca. Os especialistas afirmam que 60% dos motoristas que ocasionam um acidente alegam não ter visto o outro veículo. Não seria assim também na nossa vida profissional? Quando o retrovisor não ajuda, talvez seja a hora de buscarmos auxílio de alguém que esteja no banco de passageiro.

Neste momento, uma pergunta surge: Mas quem pode me ajudar? Um coach da empresa ou externo pode ser uma boa opção. Mas o coach não é conselheiro, mentor ou guru. O papel do coach é de atuar com um "olho externo" apoiando você em seu autoconhecimento através de um novo ângulo de visão. Coaching é um relacionamento no qual uma pessoa se compromete a apoiar outra a atingir um determinado resultado.

Caso você não queira uma pessoa da empresa para te auxiliar, uma saída caseira não faria mal algum. Pode ser sua esposa, esposo, amiga, amigo, não faz mal. Você deve se sentir livre e tranqüilo para expor seus sentimentos e necessidades.

Porém, se você for a pessoa escolhida para sentar-se no banco de passageiro, certifique-se que tenhas a atenção redobrada, de coração aberto e com disposição de ajudar ao próximo, sem mágoas e sem desconfianças. Afinal, você vai estar ajudando uma pessoa a enxergar aquilo que ela não pode ver sozinha, ou talvez, não queira ver!

*Alexandre Freire é Consultor Sênior do Instituto MVC, seu mais recente livro é A Arte de Gerenciar Serviços