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Quando só o diploma não é suficiente…

Posted: 22 de abril de 2008 às 6:10 pm   /   by   /   comments (0)

Por Nelson Fukuyama

O mercado de trabalho anda tão competitivo, que é preciso muito mais do que um diploma de graduação (ou pós-graduação) para se diferenciar dos demais.

Ainda ontem um jornal trazia os comentários de uma garota que está cursando pós-graduação, já participou de diversos programas de trainees, fez inúmeras entrevistas, mas ainda não teve a sua chance de contratação. Segundo ela, é melhor ir fazendo algum curso, até que chegue o momento. É! Melhor virar estudante profissional…fazer o quê?

É assim! Após tantos anos de estudo, de noites mal dormidas, de final de semana de dedicação, não acontece nada. E estamos falando de uma fase da vida, onde só aparecem vagas para trainees, estágios; parece que não existem mais as vagas permanentes, um emprego estável. Parece que para os jovens, após tanto tempo de uma universidade só podem pleitear uma vaga para trainees e estagiários. Todo o conhecimento adquirido em quatro, cinco ou seis anos em troca de uma vaga de trainee ou estagiário.

Sem preocupar em saber quem está ganhando com essa situação, alguém que está transformando essa situação momentânea dos estudantes para “ter um gesto nobre” em conseguir trabalho para os jovens (naturalmente como estagiários), de quem será a culpa? Do governo? Das empresas? Das universidades? Do jovem estudante? Será esse o momento para encontrar o culpado por essa situação?

Mas, talvez seja o momento para se prevenir para que isso não aconteça em nossas vidas. Há várias alternativas. Antes de mais nada, saber como conduzir uma carreira, enquanto dá tempo. E nada melhor do que os anos de vida universitária, enquanto você está acumulando conhecimento, e conhecendo as melhores formas para alcançar seus objetivos.

Talvez valha a pena pensar sobre os seguintes pontos:

A carreira que escolhi é uma carreira que me fará feliz, independentemente de quanto irei ganhar? A carreira que escolhi trará felicidade para outras pessoas?

Parece estranho, mas é bom pensar em se satisfazer com sua carreira e com o resultado que ela pode trazer para você e outras pessoas. Muitas vezes na vida a gente tem que se contentar com esses aspectos, enquanto se prepara para vôos mais altos. Carreiras como Medicina por exemplo, exigem que os estudantes pensem mais nos seus semelhantes, em quanto o estudante está sendo útil para uma determinada população.

A universidade que escolhi me oferece as condições para facilitar a minha entrada no mercado do trabalho?

É bom avaliar a imagem e o impacto que o diploma que você vai receber após tantos anos de curso tem no mercado de trabalho. Sabemos de muitos casos em que os graduados só têm chance de participar de entrevistas (e quando têm essa chance) porque as vagas estão sempre reservadas para os alunos de determinadas universidades. É bom saber que as empresas procuram os melhores candidatos. E as universidades deveriam se preocupar em fazer com que seus estudantes aprendam muito mais que teorias e idéias que são muito válidas…em outros países e em outras economias.

Para que eu me saia bem na hora de conseguir uma vaga no mercado de trabalho, precisarei sair de minha cidade, de minha região? Se sim, que estou fazendo para me preparar?

As melhores oportunidades aparecem sempre em regiões mais desenvolvidas economicamente. E pode ser que para o estudante seja necessário mudar de cidade, sujeitando-se a várias situações para as quais nem sempre esteja preparado. Se esse for o caso, é bom pensar se você tem gás para enfrentar uma cidade ou região diferente da sua, especialmente se tiver que morar/alimentar-se por conta própria. Se tiver que sustentar família, a coisa complica mais um pouco.

O mercado de trabalho exige outras habilidades como conhecimento de uma língua estrangeira ou um conhecimento técnico qualquer que me dê vantagem no momento em que eu estiver concorrendo a uma vaga?

Sabemos também de vários casos em que o jovem percebe que precisa URGENTEMENTE fazer um curso de idiomas (inglês, em geral). Aí, vira aquela loucura de ter que arranjar uma boa escola que lhe dê TODOS os conhecimentos necessários para que ele participe AMANHÃ de um determinado processo de emprego. Ah! Se ele tivesse descoberto isso bem antes. Evitaria também o risco de fazer um cursinho daqueles duvidosos. Aqui, valem os mesmos comentários do item 2 acima…

Quando terminar esse curso de graduação, terei outras alternativas no mercado de trabalho como participar de um concurso público? Ou poderei me tornar um cientista ou um professor? Ou ter o meu próprio negócio?

As oportunidades em concursos públicos vêm crescendo de maneira significativa. Muita gente que acompanha de perto esse mercado sabe bem. E tornar-se um professor? Que tal um cientista ou pesquisador? Já passou pela sua cabeça isso? Outra possibilidade é tornar-se dono de seu próprio nariz…ter seu negócio próprio. Aí, deve-se avaliar as possibilidades de ter sucesso, de sair-se bem.

Se estou trabalhando no momento, será que poderei adicionar valor a este emprego atual com meu diploma?

Pode ser que para muitos estudantes essa pergunta seja desnecessária. Afinal, muitos estão temporariamente empregados em serviços de telemarketing (não que isso seja um desmérito). Mas, é que seu curso universitário é engenharia. Aí, fica um pouco mais difícil agregar alguma coisa do que aprende na universidade ao seu emprego atual.

Essas são algumas idéias para que você reflita um pouco sobre sua carreira e suas possibilidades de sucesso no futuro. Enquanto ainda é tempo. Mas, existem outras, muito mais…que exigem criatividade. É até uma boa oportunidade para você começar a avaliar já se a sua universidade lhe dá algum diferencial em relação aos seus concorrentes no mercado de trabalho.

* O autor é Editor-chefe do dicasprofissionais.com.br e teve muitas experiências profissionais como Controller e Diretor de Finanças e Administração de empresas transnacionais e Consultor de empresas e projetos.

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