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Risco Moral: como evitar prejuízos à sua vida profissional

Posted: 21 de setembro de 2011 às 7:23 pm   /   by   /   comments (0)

 

por Nelson Fukuyama*

Embora o conceito “risco moral” (moral hazard, em inglês) tenha origem no mercado de seguros, pode-se observar a sua aplicação em diferentes áreas de atividades econômicas como instituições financeiras e de saúde e até mesmo estendê-lo ao mercado de trabalho.

Explicando em outras palavras, em seguros, você contrata uma cobertura de seguro para seu veículo, por exemplo, informando que adota todos os procedimentos de segurança, providenciando alarme, trava antifurto, estacionamento adequado, evitando transitar em áreas de risco. Logo após a assinatura da apólice, você passa a relaxar nas suas preocupações, adotando procedimentos contrários aos contratados, criando assim um risco para a seguradora, que por sua vez não tem condições de acompanhar/monitorar todas as suas atividades. Nesse caso, você mudou o seu comportamento, que foi usado como referência no cálculo do risco, e agora pode significar em caso de sinistro um prejuízo maior para a seguradora, o outro agente econômico da operação.

Nas contratações de serviços financeiros e de cobertura de planos de saúde também podem existir casos semelhantes. Você e as organizações estabelecem os termos da cobertura, esperando que os termos e condições sejam cumpridos por ambas as partes, sem risco de que em alguma eventual situação delicada, por exemplo, uma das partes não venha a “roer a corda”, como se diz, se recusando a cumprir aquilo que foi contratado, sob qualquer pretexto. Um banco espera que você mantenha boa guarda sobre o seu talão de cheques ou cartão de saques, uma empresa de cartão de crédito espera que você mantenha boa guarda de seu cartão, assim como você espera que todas as condições de atendimento de seu plano de saúde sejam plenamente cumpridas pelas organizações envolvidas.

Quando se fala nas relações de trabalho entre a organização e os seus profissionais o conceito não deixa de ser diferente. Desde o momento das negociações iniciais, como entrevistas de emprego e dinâmicas, durante as quais são transmitidas informações por ambas as partes, espera-se que elas sejam cumpridas integralmente e ambas podem estar sujeitas ao chamado risco moral.

De um lado, a organização transmite a você as informações quanto às condições de trabalho que ela oferecerá a você como forma de remuneração salarial, cargo, benefícios e você vai contar que ela cumprirá o combinado. Assim, se foi combinado um salário X, espera-se que ela não venha com argumentos posteriormente para reduzi-lo sob qualquer pretexto. O mesmo acontece com o cargo e função para a qual você foi contratado. Pode acontecer, como eu tive a oportunidade de vivenciar, de você ser “reabaixado” de posto imediatamente ter sido contratado porque algum superior deu preferência a um outro profissional.

Do outro lado está você e as informações que você transmitiu para a organização ao ser contratado. Ela espera que todas as informações sejam confiáveis já que pode nem sempre teve condições de checar todas as informações que você transmitiu no seu currículo e nas entrevistas. Se por acaso você informou que tem um curso de mestrado, por exemplo, ela espera que essa informação seja verdadeira. Também, ela espera que depois de contratado, você passe a atender às normas e procedimentos gerais como atendimento ao horário regular de trabalho, e, principalmente, apresente um bom desempenho nas suas atividades.

E, claro, havendo sinais de descumprimento de alguma das partes, é o caso de se procurar discutir formas de reencaminhamento ás regras estabelecidas inicialmente.

* Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional. Todas as suas matérias refletem as suas experiências profissionais presenciadas durante anos como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais. A reprodução total ou parcial é autorizada desde que citada a autoria e o portal Dicas Profissionais. – www.dicasprofissionais.com.br.