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Torne-se memorável ou pague o pato

Posted: 19 de junho de 2019 às 9:00 am   /   by   /   comments (0)

David P. Lima Jr*

Um assunto bastante corriqueiro, mas que insiste em permanecer sempre em evidência: ser mais ou menos. Comecei a trabalhar muito cedo, logo aos 14 anos de idade. Meu velho e falecido pai me dizia desde que me lembro, na minha mais tenra infância, que se algo valia a pena ser feito é porque valeria a pena ser bem feito. Ele dizia que Elas até podem ficar em evidência por algum tempo, mas morrerão no esquecimento e somente as coisas e as pessoas extraordinárias é que ocuparam lugar na história”. Para ilustrar o que estou querendo dizer escolhi um conto bastante conhecido e que poderá ser bastante útil a quem ler. Trata-se da síndrome do pato.

A história começa assim: assustados com as constantes visitas dos caçadores na floresta, os animais se reuniram para discutir o que poderiam fazer para não serem as próximas vítimas. Ali, estavam um peixe, um pato, um tucano e um coelho. Eles discutiam sobre o que poderia ser feito caso um caçador aparecesse. “Ah! Se um caçador aparecer saio voando com toda minha força, feito um foguete, com muita habilidade. Ninguém consegue voar tão rápido quanto eu.” O peixe olhou para o pássaro e comentou: “Quanto a mim se esse tal caçador aparecer, mergulho rápido e o mais profundo no lago, assim ele não poderá me alcançar, pois com minha destreza e habilidade ninguém nada melhor do que eu.” O coelho, por sua vez, ponderou: “no meu caso, não tenho nem o que pensar, corro o mais veloz que puder, com minha flexibilidade, leveza e destreza, o caçador não terá a menor chance.” O pato, com um certo ar de superioridade, deu um passo à frente e falou: “Coitados de vocês, companheiros! Tão limitados! Se algum caçador aparecer por aqui, eu não terei nenhum problema, sei fazer tudo isso que vocês dizem que fazem: eu, também, nado, corro e voo. Se necessário for, no momento certo, usarei uma destas habilidades.” De repente, um barulho, um caçador apareceu e mais do que depressa, o pássaro voou, o coelho correu e o peixe sai nadando para o fundo do lago. O pato, porém, foi capturado. Ou seja, literalmente “pagou o pato”. Mesmo tendo todas as habilidades dos outros animais, não desenvolveu nenhuma delas com excelência.

E é, exatamente, aqui que a coisa fica alarmante e comum. Diariamente convivemos com pessoas, colegas de trabalho ou profissionais que fazem tudo pela metade ou de qualquer jeito, pelo simples fato de que suas habilidades, também, foram desenvolvidas pela metade ou de qualquer jeito. São estas pessoas que sofrem com a síndrome do pato. Pessoas que aceitam o comodismo, o “mais ou menos”, o “vai assim mesmo”. Fazem as coisas de qualquer jeito porque acreditam que podem obter os melhores resultados com a lei do menor esforço, sem uma boa dose de trabalho. O mais surpreendente, é que são justamente estes “profissionais”, se é que podemos tratá-los assim, que “não ganham o que merecem”, que “não são reconhecidos pelo que fazem, ou que “são perseguidos por seus superiores”.

Se perguntarmos a estas pessoas quais foram as habilidades que eles desenvolveram nos últimos dois anos, é provável que respondam duas coisas: nenhuma ou várias, só que pela metade, pois não se dedicaram de corpo e alma ao que faziam, como sempre. Agora, faça estas perguntas a você: o que me diferencia dos demais? O que me torna a melhor opção entre ou outros? No mundo atual, é muito importante sermos polivalentes, agirmos como verdadeiros “coringas”, jogarmos em diversas posições. Entretanto só seremos especiais e seremos lembrados se fizermos algo de forma muito especial, única e que nos torne referência naquilo que fazemos. A síndrome faz com que o pato seja um nadador medíocre, faz com que ele voe mal e corra pior ainda. Esta atitude aliada a esta combinação o torna a melhor vítima para seus oponentes, ou seja, ela é um verdadeiro suicídio profissional.

*David P. Lima Jr, Palestrante, consultor de empresas e diretor da Mega Treinamentos. Graduado em Comunicação Social pela Universidade Braz Cubas com Especialização em Jornalismo, Pós-Graduado em Gestão estratégica de Pessoas e em Administração de Negócios pela Universidade Ítalo Brasileira. www.megatreinamentos.com.br