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Você tem certeza que conhece e domina um outro idioma?
Nelson Fukuyama
Geralmente nos currículos deve ser aberto um espaço para você informar se domina algum outro idioma, se você tem um bom conhecimento ou razoável conhecimento para leitura, conversação e escrita.
Tem gente que se preocupa tanto em preencher esse espaço como se ele fosse obrigatório num currículo, quando não é. Ele deve ser preenchido somente se tiver domínio de algum idioma caso contrário você não deve se preocupar e pode ignorá-lo. ]
Há casos interessantes com relação a idiomas que devem ser comentados para mostrar como uma pessoa pode se enganar e “quebrar a cara” quando tem que comprovar que realmente domina um idioma.
Eu mesmo recebi inúmeros currículos de candidatos para vagas em empresas em que trabalhei e puder observar que talvez devido à proximidade com o nosso idioma (português) ou pela facilidade de turismo para determinados países vizinhos ao nosso, os dois idiomas mais usados rotineiramente nos currículos são o inglês e o espanhol. Alguns candidatos incluem o italiano, francês, alemão. A maioria diz que entende bem e tem bons conhecimentos deles para leitura, conversação e escrita. Será que na prática isso acontecia e acontece?
Quando se pergunta para o candidato se ele domina esses idiomas para confirmar o que está escrito no currículo é comum ele dizer que sim porque sabe traduzir uma música, fez um curso rápido ou fez uma viagem de final de semana para Buenos Aires ou Foz do Iguaçu. Isso não é um motivo suficiente para dizer que se domina o Espanhol. Assim como aqueles que dizem que dominam o Inglês porque foram à Disney, passaram um mês no Canadá ou Londres. Nesses lugares se corre o risco de conviver na maior parte do tempo com comunidades estrangeiras ao idioma inglês e certamente não vai garantir um bom domínio do idioma para a vida profissional. Claro que ter ido passar alguns dias ou meses em outro país é um diferencial especialmente se o motivo tiver sido para aprimoramento profissional. De fato, a gente aprende muito nas viagens internacionais e nos ajuda a melhorar a interpretação daquilo que se lê, fala e ouve.
Mas no dia a dia da vida profissional as coisas são diferentes. Nós somos mais exigidos quanto à leitura de manuais, de emails, de orientações, de correspondências com empresas e pessoas do exterior. Ou quando temos que escrever um email ou uma correspondência para alguém que fale outro idioma. Aliás, é bom dizer que vi colegas de empresas que vieram de países de língua estrangeira sofrerem muito quando tiveram que escrever uma carta em seus próprios idiomas, o que demonstra que não é tão simples para nós. O pior de tudo é que somos exigidos nas conversas pessoais ou por telefone com pessoal de outros países, e temos que ter realmente fluência no idioma para poder sustentar esses contatos que exigem não só aspectos profissionais quanto pessoais envolvendo situações corriqueiras de cultura, esportes e quando não das terríveis expressões idiomáticas que existem em certas línguas.
Então, você realmente domina o idioma que indicou no seu currículo? Se não evite colocar qualquer informação e faça uma revisão nos seus conhecimentos.