A arte de liderar profissionais

 

Nelson Fukuyama*

Muitos jovens profissionais estão chegando mais rapidamente à uma posição de liderança dentro das Organizações devido a agilidade no mercado de trabalho seja pela ampliação da oferta de novas posições ou pela falta de gente capacitada. Esse pode ser o seu caso.

Após o espanto inicial e até de um certo deslumbramento com a nova posição, o profissional promovido ao cargo de líder precisa agora saber lidar com o desafio de saber liderar pessoas, ser aceito por elas, e ainda continuar sendo produtivo para a organização, sabendo coordenar situações para se manter no cargo e sair-se bem no mercado de trabalho.

É uma situação nova para a qual, infelizmente, nem todos tem a oportunidade de ter um treinamento ou uma orientação sobre como liderar pessoas. No meu caso, por exemplo, posso dizer que nunca tive qualquer tipo de treinamento sobre lideranças promovido pelas organizações para as quais tive a oportunidade de trabalhar. Talvez eu tenha dado a entender que fosse um bom líder, por algumas atividades técnicas que exercia, o que, aliás, é um fato comum o de promover bons técnicos a cargos de liderança.

Então, ser um bom líder enquanto técnico é saber demonstrar que conhece bem todos os detalhes necessários e consiga repassar as instruções e coordenar bem as atividades dos seus agora subordinados.

Parece que o desafio maior é o de liderar subordinados entendendo que eles são seres humanos e como tal pode reagir de forma diferente a situações relacionadas ao dia a dia do trabalho e estão sujeitos a outros fatores externos como vida pessoal, finanças, família, e outros. E também ser aceito por eles.

O que parece ajudar bastante o processo de liderança é ter liderados, subordinados, que saibam aceitar uma liderança. Felizmente, muitos liderados aprendem a aceitar desde cedo o fato de serem liderados, compreendem bem seu papel e procuram colaborar com seus superiores, sabendo que esses são os seus tutores e esforçam-se para atender às solicitações. Nada faz com que eles desviem seus objetivos de que fazem parte de um time e devem visar apenas os objetivos da organização.

Seria muito fácil se fosse sempre assim. Mas, existe o lado contrário. São aqueles que não querem ser liderados, querem ser as estrelas do grupo e nada os fará aceitar idéias de um superior que passará a ser questionado, desobedecido e até ignorado. Essa, aliás, é uma atitude fatal que pode levá-los a deixaram o grupo e a organização e futuramente adotarão a mesma atitude em outras organizações, podendo provocar sua eliminação do mercado de trabalho.

Parece que esse é o verdadeiro desafio do líder. O de, além de fazer com o que o seu time de subordinados trabalhe em sintonia de atitudes profissionais, sem perder o foco principal que é fazer a máquina continuar produzindo sem grandes lutas internas, saiba também conduzir profissionais que não aceitam suas orientações e destoam dos demais, com críticas e fofocas. Então, quais atitudes adotar?

Seja como um técnico de um time de atletas que buscam resultados.

Seja um modelo de profissional para os seus subordinados. Planeje suas atividades e a de seus subordinados de maneira competente, distribuindo, delegando, acompanhando, criticando, reorientando as tarefas, mas esteja sempre disponível para conversar e orientá-los.

Mostre que veio para vencer. Convença pessoas a compartilhar de seus objetivos e tarefas para produzir bons resultados tanto para a atual organização quanto para as suas carreiras profissionais. Reúna um time de vencedores e saiba que ninguém gosta de jogar em time que está perdendo.

Exija disciplina na busca de suas metas. O mercado exige competência com resultados e sem resultados um profissional não pode continuar no time. Para atingir resultados é preciso disciplina apesar de todas as linhas de pensamento que dizem nem precisa ser tão autoritário diante de seus liderados.

Mostre suas qualidades pessoais mesmo diante de situações profissionais. Mostre-se compreensivo com profissionais que falham e erram, sem perder a firmeza, ajude-os se passam por qualquer tipo de dificuldade pessoal ou familiar, por exemplo.

Procure dar treinamento e traga desenvolvimento para seus subordinados. Saiba que eles não querem permanecer sempre na mesma condição, que eles têm suas ambições. Mesmo que for um treinamento informal, acostume-se a fazer com que eles tenham contato com novas idéias, com idéias criativas que irão promovê-los na sua profissão.

Penso que assim você conseguirá atingir um, bom nível de liderança junto aos seus subordinados e ser bem aceito por eles além de adquirir mais alguns argumentos para sua própria ascensão profissional.

* Nelson Fukuyama é Editor-Chefe do Dicas Profissionais e Diretor da Yama Educacional.