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A falta de modéstia pode “queimar o seu filme”

Posted: 11 de junho de 2013 às 9:20 am   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Parece que atualmente ninguém mais quer ser modesto; modéstia parece que virou sinônimo de uma pessoa de “menor importância”, “perdedora”. Existem pessoas que transmitem a impressão de precisam falar (e exagerar) sobre o que têm feito, citar nomes e mais nomes de quem faz parte do seu círculo de amizades, para assim se sentirem mais importantes e por consequência aceitas pelas demais. Pessoas assim podem nem perceber, mas acabam se tornando antipáticas, quando não rejeitadas, e até perderem excelentes oportunidades na sua carreira.

Veja, por exemplo, aquelas pessoas que você encontra no seu dia a dia, especialmente na hora de “jogar conversa fora”, que têm grande orgulho em dizer a todos que conhecem alguém que é amigo de um amigo que é conhecido de uma celebridade. No final das contas a pessoa que está falando nem conhece a tal celebridade, mas vive orgulhosa somente por dizer que alguém de seu relacionamento a conhece.

Outro exemplo pode ser aquele profissional que costuma “rechear”, sem razão, o seu currículo com qualidades que não possui e com feitos que podem gerar dúvidas. Como pode um profissional iniciante ou até mesmo um profissional com mais tempo de experiência, mas com responsabilidade limitada, dizer que conseguiu aumentar em 700% o faturamento da divisão da qual era o executivo principal ou reduzir em 359% os custos administrativos da unidade? Esses precisarão ter muito bons argumentos para convencer um entrevistador porque certamente para executar tal ato eles precisariam necessariamente estar ocupando uma posição um pouco mais destacada dentro da organização.

E é claro que profissionais assim pecam por falar demais quando são submetidos à entrevista, pois quando falam de si, perdem-se em devaneios sobre qualidades e relacionamentos que não possuem e podem facilmente ser desmontados pelo entrevistador que está atento e pode, por meio de algumas perguntas fazer com o que o entrevistado entre em contradição.

Para tornar o assunto mais curto, eu penso que você deve sim dar certa ênfase às suas qualidades e aos seus trabalhos realizados, mas com a devida modéstia, sem exagerar. Se você não souber “rechear bem o seu bolo” poderá perder uma oportunidade junto a alguém que deseja encontrar um profissional com um ego mais acentuado. O que você não deve ser nem adotar uma postura de um daqueles “somebody love” que falam, falam, mas sem motivo.

Talvez uma postura recomendável seja a daqueles profissionais mais “maduros”, até justificadamente famosos, que geralmente adotam um discurso e um comportamento mais humilde, de quem “apenas” fazem parte de um acontecimento onde eles são parte “de menor importância”, para dar a sua “modesta” contribuição.

Portanto, nada de soberba dentro do ambiente profissional, não tente “se mostrar melhor” às demais pessoas, especialmente quando elas podem ser um entrevistador para uma vaga de emprego ou um superior hierárquico dentro da empresa. Acostume-se a usar frases como “ora, estamos aqui para colaborar”, “não faço (ou não fiz) nada mais do que a minha obrigação”, ou “nada faria se não tivesse a colaboração dos demais colegas”, ou ainda “procuro(ei) fazer o melhor de mim”. Isso trará uma imagem mais simpática aos olhos das demais pessoas.

Vá em frente!

*Nelson Fukuyama é Editor-Chefe do portal Dicas Profissionais, Diretor da Yama Educacional e também Colunista do portal Carreira&Sucesso da Catho Online. Suas experiências incluem passagens consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais. A reprodução total ou parcial é autorizada desde que citada a autoria e a fonte Dicas Profissionais www.dicasprofissionais.com.br