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Conte até 10 antes de falar

Posted: 12 de março de 2014 às 9:06 am   /   by   /   comments (0)

 

Marcos Gross*

A comunicação não é uma ciência exata como a matemática e a física. Ela está relacionada ao universo das emoções e às nossas incertezas do dia a dia. As pessoas – ao contrário das máquinas – não podem ser programadas e são instáveis e suscetíveis a eventos imprevisíveis.

Pelo fato de as pessoas serem mais inclinadas a se deixar levar pelas emoções do que pela razão, gerenciar a nossa comunicação cotidiana passa a ser um assunto complexo e delicado, merecendo atenção redobrada de todos. Em várias ocasiões, sob o “fogo” das emoções, falamos o que não deveria ser dito, tomamos decisões equivocadas e nos portamos mal em situações críticas no âmbito profissional e pessoal. Posteriormente, mais calmos, surge o arrependimento da atitude que tivemos e das besteiras que falamos.

Psicólogos como Fuller afirmam que a forma como experimentamos uma emoção nem sempre é a mesma maneira como a expressamos. No ambiente corporativo há uma tendência de “engolirmos sapos”, reprimindo as emoções negativas. O resultado leva a uma série de doenças como enxaqueca, dores na coluna, gastrite, hipertensão ou disfunções sérias como AVC e infarte.

Em tempos de estresse e pressão extrema, atitudes como “explodir”, xingar e responder com aspereza são sintomas de quem está sob o domínio do “reino emocional negativo”. O resultado desse comportamento é óbvio: o profissional pode perder a confiança de seus colegas, ofender clientes, romper contratos e até ser desligado da organização por conta de sua falta de equilíbrio.

Mesmo resistindo à tensão, o corpo “fala” quando estamos influenciados pelas emoções negativas (raiva, medo, surpresa, repulsa). Sinais fisiológicos como aumento dos batimentos cardíacos, suor e expressões faciais “escancaram” nossas reações. De forma involuntária, palavras agressivas são liberadas e causam estragos nos relacionamentos e põem a perder anos de investimento e dedicação à carreira.

A emoção negativa pode ser estimulada como um gatilho. Ela dispara quando nos sentimos ofendidos, humilhados, castrados, injustiçados e, então – como instinto de defesa – reagimos com uma comunicação repleta de agressividade, expressões verbais rudes e gestos violentos. Depois de tudo isso será difícil reparar o estrago.

Os neurocientistas afirmam que – quando estamos sob influência das emoções (função do tronco cerebral) – é preciso muita cautela para não perdermos o controle de nossa expressão. O tempo pode ser uma aliado para “esfriar” a emotividade e enxergar novas perspectivas de um determinado problema (função do neocortex). Quando o “vulcão” emocional emergir, pare, pense e analise os fatos de forma racional. Na dúvida, antes de falar, conte até 10, literalmente. O cérebro e seu emprego agradecem. Fim da mensagem.

*Marcos Gross Scharf – www.mcgross.com.br – Diretor da McGross – treinamento e consultoria. Mestre e especialista em Gestão de comunicação. Colunista do portal Carreira&Sucesso da Catho onde este artigo foi publicado anteriormente.