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Coworking: saiba o que é

Posted: 14 de julho de 2013 às 10:55 am   /   by   /   comments (0)

Saiba mais sobre como o coworking pode te ajudar no seu desenvolvimento profissional e pessoal

Por Marina Ogawa

Ter seu próprio negócio ou construir uma carreira em uma empresa, o que você prefere? Na pesquisa GEM – Global Entrepreneurship Monitor: Empreendedorismo no Brasil 2012* constatou-se que 43,5% dos brasileiros têm como maior desejo ter seu próprio negócio ao invés de construir uma carreira sólida em uma empresa (24,7%), no entanto, apesar de parecer algo muito simples ter sua própria empresa exige novos desafios ao profissional. Um dos primeiros desafios é a procura de um local de trabalho para sua nova empresa. Normalmente, as primeiras opões sempre são o home office, os escritórios compartilhados ou o coworking.

Muito comum nos Estados Unidos, os espaços de coworking vêm ganhando espaço no mercado brasileiro ao oferecer atrativos como flexibilidade e junção de pessoas que não querem trabalhar em suas casas sozinhas. De acordo com o co-fundador do MyHub Coworking, Elvis Lourenço, a intenção desses espaços é ser “mais do que um simples escritório compartilhado, e sim, uma comunidade de pessoas que dividem os mesmos valores de colaboração, desenvolvimento pessoal e profissional e fortalecimento da economia local”.

Motivados pelo famoso “custo-benefício”, os profissionais optam por esses espaços compartilhados ao invés de terem seu escritório próprio, já que muitas vezes a economia chega a até 80%. “Em um espaço próprio, você tem várias preocupações; administrar as contas, reforma do espaço, contratar a pessoa da limpeza, ter que se virar quando ela não vem, entre outros fatores. Em um espaço de coworking você tem tudo isso, sem essas preocupações, isso economiza tempo e dores de cabeça”, comenta Patricia Kashima da KSH Filmes que utiliza o espaço do MyHub.

Aliado a facilidades financeiras está o aumento na rede de networking. Muitos profissionais sejam eles empreendedores, autônomos ou profissionais das mais diversas áreas procuram esses espaços para compartilhar informações e experiências, além, é claro, de serem pontes no contato dos mais diversos profissionais. Essa foi uma das ponderações feitas por Alessandra Tatebe e Vitor Yuki, da Physis DAS, ao escolher o MyHub como novo espaço de trabalho. Em espaços como esse é possível ter uma “troca de experiências com outros profissionais, num ambiente descontraído e que possibilitasse a inovação”, afirma Vitor. Entre outros fatores para a escolha do espaço compartilhado está a proximidade com sua residência, o que é um facilitador no que diz respeito ao stress e desgaste causado pelo trânsito das metrópoles. “Um outro fator determinante foi a proximidade com as nossas residências, já que havíamos mudado da zona sul pra Mogi das Cruzes. Como sair de São Paulo não era uma opção, optamos por um local de acesso fácil, próximo ao metrô”, completa Vitor.

Perfil de um coworker

“De advogados a programadores. De webdesigners à filmmakers. Qualquer pessoa pode trabalhar num espaço de coworking. Se você tem o espírito de colaboração, você pode, sim, ser um coworker”, afirma Elvis Lourenço.

Somado a isso, os coworkers ainda devem atentar a coisas que julgue essencial em um espaço de trabalho como o silêncio, por exemplo. Muitos profissionais só conseguem se concentrar se estiverem em uma sala fechada e sem barulho nenhum e isso é raro em espaços de coworking. “Às vezes uma pessoa se interessa tanto pelo conceito, que esquece do que ela realmente precisa num ambiente de trabalho, por exemplo: privacidade e silêncio absoluto, que são duas coisas que dificilmente você encontrará num coworking”, diz Vitor.

Apesar da diversidade de profissionais, Patricia afirma: “definitivamente, trabalhar em um Coworking não é para qualquer pessoa”. Além de certos aspectos como a privacidade e o silêncio, o coworker deve estar disposto a compartilhar seus conhecimentos. O coworker tem que “ser uma pessoa aberta a novas experiências e querer fazer networking e claro, saber lidar com os tipos mais variados de pessoas, pois como em qualquer conceito de comunidade, existem seus atritos”, completa Patricia.

Espaço Myhub CoworkingMyHub – escritório compartilhado e espaço de Coworking da Zona Norte de SP.

Coworking ou home office?

Nos espaços compartilhados o profissional tem diversas vantagens sobre o home office, Elvis Lourenço destaca duas delas: o fim do isolamento e a produtividade. “Quem trabalha em casa, sabe o quão ‘chato’ é ficar debatendo com as paredes e pedindo conselhos ao seu gato. Num espaço de coworking, você poderá conversar com pessoas de diferentes áreas e quem sabe até terminar aquele projeto que estava na gaveta por falta de ‘pessoas'”, diz Elvis.

No home office, pequenas coisas podem tirar sua atenção, desde o telefone que não para de tocar até o seu vizinho que fica fazendo barulho o dia inteiro. De acordo com o relato de pessoas que usam o MyHub, Elvis confirma que “a vinda do coworking só fez aumentar a sua produtividade”.

Apesar de possuir suas vantagens, como a comodidade, a flexibilidade de horários, o aproveitamento do tempo, a privacidade e o silêncio (pelo menos em algumas situações), o home office perde no quesito sociabilidade. “Sua rede de networking aumenta. Eu mesma já consegui vários contratos (de coworkers ou indicação deles), você aprende muita coisa com as pessoas nas conversas, para nós que temos uma vídeo produtora, conseguimos feedback rápido e sincero dos nossos jobs. Às vezes todos se reúnem em volta da nossa mesa para ver nossos vídeos e dar seus pitacos”, afirma Patricia. “O coworking é surpreendente no quesito motivação, networking, inovação, criatividade, troca de experiências e relacionamento interpessoal”, comentam Vitor e Alessandra. “Acho o coworking um ambiente excelente para sair do convencional, para ser criativo, e para melhorar o rendimento de todos”, complementa Vitor.

Apesar de ser uma ótima e eficiente maneira de construir novos relacionamentos interpessoais, o espaço de coworking não é para qualquer um. Nem todos conseguem se adaptar. “Já estou há mais de um ano em um coworking, já vi muitas pessoas entrarem e saírem. Definitivamente, trabalhar em um coworking não é para qualquer pessoa”, diz Patricia. “Eu e meu sócio trabalhamos dois anos em home office e definitivamente não é para nós. Conheço pessoas que trabalham muito bem em casa, mas são raros. Digamos que isso é quase um dom! (risos)”, finaliza.

Como escolher o melhor coworking para você

Separamos algumas dicas para você, profissional, que deseja utilizar esse tipo de espaço compartilhado, que possui cada vez mais adeptos pelo país.

[learn_more caption=”1. Pesquise sobre os espaços”]Filtre na sua pesquisa questões como localização, preços e, inclusive, o ambiente onde você trabalhará. Não adianta o espaço ser lindo no quesito decoração se for do outro lado da cidade, ou não possuir interação entre os coworkers. “Já visitei muitos espaço bonitos, de decoração legal, mas sem interação nenhuma dos coworkers, estava mais para um escritório compartilhado do que um coworking”, diz Patricia. [/learn_more][learn_more caption=”2. Experimente por um tempo”]Depois de feita sua pesquisa, visite os locais de sua preferência. “Acho que antes de escolher um espaço, vale a pena visitar, conhecer algumas pessoas, sentir (literalmente) o ambiente, num dia de trabalho, por exemplo, pra ver se o ambiente está de acordo com suas necessidades”, comenta Vitor. [/learn_more][learn_more caption=”3. Preços”]Que a vantagem é maior do que ter seu próprio espaço é óbvio, uma vez que você tem os custos mensais/fixos compartilhados com outros profissionais. No entanto, verifique quanto os espaços de coworking cobram. Existem alguns que cobram por dia de utilização, outros por hora. O mesmo vale para sala de reuniões, caso você tenha a necessidade de juntar-se a um cliente da sua empresa. [/learn_more][learn_more caption=”4. Teste mais de um espaço”]”Hoje no Brasil existem mais de 100 espaços de coworking e acredito que com certeza, você irá encontrar um que seja a sua cara”, diz Elvis. Patricia sugere que o futuro coworker experimente os espaços que mais te agradaram: ” o visual e a aparência não são tudo. Experimente pelo menos uma semana os espaços que mais te agradaram, assim você sente a ‘vibe’ do espaço, das pessoas e isso sim eu considero o mais importante”, completa. [/learn_more][learn_more caption=”5. Conheça os coworkers da casa”]Conhecer quem trabalha naquele espaço de coworking te dará uma noção maior do que você terá que lidar se começar a trabalhar naquele espaço. Se você testou um espaço, por uma semana que seja, e viu que era muito barulhento ou mais sociável do que profissional do que aquilo que você aguentaria, está na hora de procurar e testar outro espaço. Vale acrescentar que em um espaço de coworking deve reinar o bom senso por parte dos coworkers. Falar alto no telefone ou em vídeo conferências, gritar, entre outros fatores prejudicam o ambiente e atrapalham quem busca o espaço para focar-se no trabalho. [/learn_more][learn_more caption=”6. Procure saber das atividades da casa”]Elvis Lourenço sugere que o profissional peça ao facilitador do coworking para te apresentar tanto as pessoas que trabalham nele, quanto sobre as atividades que a “casa” oferece. Algumas oferecem cursos de capacitação, eventos com profissionais da área e até mesmo os happy hours após o expediente de todos. [/learn_more]

 

*No Brasil, a pesquisa é conduzida pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) e conta com a parceria técnica e financeira do SEBRAE. Em 2011 passou a contar com o apoio técnico do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getulio Vargas.