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Cuidados com a nossa linguagem no dia a dia

Posted: 9 de novembro de 2010 às 7:39 pm   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Outro dia tive a oportunidade de ouvir uma conversa entre dois executivos, que me fez pensar em como as pessoas não se preocupam em manter um vocabulário mais apropriado para um ambiente profissional.

Eu estava na fila de espera de um desses prédios comerciais futuristas, aguardando o elevador “inteligente” (desses que a gente digita o andar desejado num painel e ele indica qual elevador irá te levar até o andar desejado). Ali estavam dois senhores muito bem apresentáveis em seus ternos azul marinho. Eis um pouco da conversa.

“E aí, cara? Você viu que carinha novato não veio pro serviço hoje. Avisaram que ele passou mal de madrugada, com tosse, e tiveram que levar ele para passar no médico e quem sabe teria até que levar ele para bater uma chapa dos pulmões. Sei não, mas talvez ele vai ter que ficar em casa alguns dias e corre até o risco de ir pra caixa, se não melhorar logo. Ele anda mesmo preocupado de ser mandado embora da firma porque ainda tá em experiência. Se pelo menos ele tivesse mais alguns meses de casa até que poderia ser mandado embora e receber uma boa grana de aviso breve. Logo cedo eu bati um memorando no computador pra avisar o DP”.

“Pois é, cara”, disse o outro. “Coitado. Ele disse que demorou tanto tempo para conseguir esse serviço, despachou tanto currículo, fez tanta ficha e foi chamado por algumas empresas pra entrevista.

“Então, ele não pode vacilar”, continuou o outro, “a mulher dele até pediu para os homens terem dó dele e deixar ele continuar aqui no serviço…”

Esse é o tipo de conversa que merece algumas dicas para ser entendida.

– cara: é uma “cara” mesmo, uma forma comum que as pessoas modernas usam para se comunicarem em qualquer lugar.

– carinha novato: o colega de trabalho novato

– não veio pro serviço: não compareceu ao trabalho

– passar no médico: fazer uma consulta médica

– bater uma chapa dos pulmões: fazer uma radiografia dos pulmões

– ir pra caixa: ficar sob licença médica e com os dias remunerados pelo INSS

– meses de casa: tempo em meses de trabalho na empresa

– ser mandado embora da firma: ser demitido, ser dispensado pela empresa

– receber uma boa grana: receber as verbas de rescisão de contrato de trabalho

– aviso breve: aviso prévio, o comunicado entregue pela empresa ao colaborador ao ser demitido

– bati um memorando no computador: fazer uma comunicação usando o computador

– avisar o DP: comunicar o RH Departamento de Relações Humanas

– despachou tanto currículo: entregou currículos para empresas

– fez tanta ficha: se cadastrou em diversas empresas

– os homens deveriam ter dó: os superiores deveriam ter pena do colaborador

– continuar no serviço: continuar na empresa.

Sem querer julgar essas pessoas pela sua aparência na forma de conversar e sem querer dizer que esses “senhores” irão usar a mesma linguagem quando estiverem desenvolvendo algum contato com outros colegas ou superiores da empresa, ou com pessoas fora da organização, sempre fica o risco de, sem se perceber, usar certas palavras que não combinam muito bem (ou nada) com um ambiente empresarial.

Queiram ou não, as atitudes e formas de comunicação são também levadas em conta pelas organizações que se esforçam tanto para demonstrar uma imagem de modernidade à Sociedade, instalando-se em edifícios modernos, usando altas tecnologias, buscando melhorar o nível de seus colaboradores e desejando que eles sejam os melhores em tudo.

 

* Nelson Fukuyama é Editor-Chefe do Dicas Profissionais e Diretor da Yama Educacional. Deus sempre abençoou sua carreira profissional como Consultor, Controller, Superintendente e Diretor de Finanças e Administração de diversas instituições de renome internacional.