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É preciso saber dizer “não” para novas atividades

Posted: 10 de fevereiro de 2012 às 7:41 pm   /   by   /   comments (0)

 

por Nelson Fukuyama*

Durante toda minha vida profissional ouvi dizer que em geral as pessoas mais ocupadas são aquelas que mais aceitam novas tarefas para fazer. Pode observar. Eu trabalhei com gente assim. São pessoas que podem estar lotadas de trabalho, sem tempo, mas raramente se recusam a realizar mais uma nova tarefa ainda que tenha que fazer horas extras ou trabalhar nos finais de semana. Se alguém chega com um novo trabalho e pede para essa pessoa se seria possível fazer essa tarefa tão urgente e para “ontem” elas nunca dirão que não podem, simplesmente concordam em fazer e vão fazer de tudo para que saia de acordo com o tempo prometido.

Quais podem ser os motivos para que essas pessoas se considerem disponíveis para tais novas tarefas?

Talvez a palavra “disponível” não seja a mais aplicada para este caso. Muitas vezes o profissional interessado acaba assumindo mais tarefas para si, por causa de uma necessidade de sobrevivência. É isso mesmo. Ele precisa daquele trabalho, daquele emprego, daquele salário, e não pode perder a vaga. Portanto, ele fará tudo para manter-se naquela posição mesmo que tendo que sacrificar-se.

Uma outra razão, ele pode ter uma meta de crescimento dentro da empresa, e pode entender que se não aceitar novas tarefas e não viver lotado de coisas para fazer o seu superior ou a sua empresa vai considerar que ele está fazendo “corpo mole” e portanto pode ser “encostado” e/ou dispensado na primeira oportunidade para dar lugar a alguém mais interessado.

E ainda, pode ser que a empresa esteja passando por algum momento de pressão, de mercado, finanças ou de adaptação, e sem grande estrutura acaba gerando um acúmulo de tarefas para seus colaboradores. Assim, cada um deles tem que dar a sua cota de contribuição tendo que assumir novas responsabilidades e tarefas.

Mas, enfim, o que acaba acontecendo com o profissional que assume mais tarefas do que as que ele pode de fato executar ou suportar? Por certo, quem acaba assumindo mais responsabilidades do que pode suportar acaba correndo o risco de sofrer sérias consequências em sua performance e comprometer a sua carreira. Ou, pelo contrário, acaba se saindo muito bem, se olharmos pelo lado positivo.

Para começar, se olharmos pelo lado negativo, há o desgaste por eventuais cobranças por parte de si mesmo. O profissional comprometido cobra de si mesmo a realização da tarefa no tempo e com a perfeição. Ele sabe que terá que desdobrar-se para executar bem.

Depois, há cobrança por parte dos seus superiores. Se tudo era para ser executado com urgência, é natural que haja cobranças para que tais tarefas sejam executadas em tempo.

Pressionado, o profissional terá que se dedicar mais tempo às tarefas tendo muitas vezes que passar mais tempo longe de sua família e desligado de outros compromissos pessoais, o que é, sem sombra de dúvidas, bastante prejudicial para seu equilíbrio emocional.

E daí vem o estresse. Em meio à tantas tarefas, esse profissional vai acabar consumido pelas pressões de ter que executar muita coisa sozinho ou comandando uma equipe de pessoas.

Qual então a atitude mais recomendável para não chegar a esse ponto de assumir mais responsabilidades do que tem condições de cumprir? Algumas recomendações para quando alguém vier lhe solicitar uma nova atividade.

1. Ouça pacientemente esse pedido.

2. Avalie as condições de urgência ou necessidade real daquela tarefa.

3. Considere qual poderá ser a sua vantagem em se envolver com mais essa tarefa solicitada.

4. Avalie os benefícios que esta nova tarefa poderá trazer para você, por exemplo, se ela poderá comprometer sua imagem dentro da empresa ou perante um superior.

5. Exponha as suas razões para aceitar a nova tarefa, tendo em vista as suas avaliações quanto às condições ideais para assumi-la. Por exemplo, se for preciso realizá-la você terá que dispor de mais tempo ou tempo extra ou mesmo de recursos extras como mais pessoas para ajudá-lo, ou uma recompensa financeira que valha a pena se envolver naquela nova atividade (Custo X Benefício).

6. Só então, ao final, dê a sua palavra final sobre aceitar ou não a nova atividade.

Dessa forma, entendendo que estamos todos trabalhando de uma maneira profissional, todos acabarão por entender a decisão tomada. Você poderá aceitar se envolver em mais atividades do que as que pode realizar e sua empresa e seus superiores ficarão também mais confiantes quanto aos resultados que poderão ou não aguardar da sua participação.

Agora, se no final de tudo, o desempenho for satisfatório, o profissional que decidiu assumir novas atividades, ainda que sob sacrifícios, pode ter todas as glórias. Nesses casos, raros de acontecer, infelizmente, valeu a pena assumir novas tarefas.

* Nelson Fukuyama é Editor do Portal Dicas Profissionais com experiências profissionais vividas em organizações multinacionais e nacionais.

A reprodução total ou parcial é permitida desde que citada a autoria do conteúdo e também o portal Dicas Profissionais www.dicasprofissionais.com.br.