Eu sei que tudo sei

Michael Ataíde*

Vez por outra me deparo com pessoas que parecem que sabem tudo, parecem uma biblioteca ambulante, verdadeiras Aurélio, ops, Wikipédia, na cabeça. São pessoas que querem demonstrar que sabem tudo, como dizemos, desde a marca da tampa da privada do imperador da primeira dinastia da Cochinchina até a molécula da formação do universo, se é que isso existe!

Pobres presunçosas! Talvez levadas – ou, iludidas – pela quantidade de informações que nos bombardeiam diariamente, essas pessoas preferem continuar “nas suas”. Não adianta dizer para elas “fulano, fulana, você não acha que o seu modo de pensar sobre esse assunto poderia ser diferente nisso ou naquilo”. Elas querem continuar firmes nos seus conceitos. Não adianta querer mudar o seu modo de fazer as coisas com “fulana, você não acha que se fizesse desse outro modo, você poderia conseguir um resultado melhor…” porque elas não só não aceitam como fazem questão de ignorar como que você diz. Se isso já é prejudicial quando se fala em termos pessoais imagine quando se fala sobre assuntos profissionais que pode gerar milhões de prejuízos para uma empresa e para um negócio.

Talvez essas pessoas devessem lembrar a famosa frase de Sócrates “só sei que nada sei”. Sim, primeiro deveriam reconhecer a sua (mais completa) ignorância com relação a tudo, demonstrando profunda humilde quanto ao que deveriam saber e não sabem. Passo seguinte, deveriam adotar a postura de eternos aprendizes, a começar por ouvir mais e falar menos.

Sim, deveriam ouvir mais. Costumo dizer que se Deus te deu um par de ouvidos, é porque precisa ouvir mais, e ouvir mais está relacionado a aprender mais. Dessa forma, precisamos ser sábios e praticar o hábito de ouvir.

Como disse antes, somos bombardeados diariamente por milhões de informações, mas a nossa capacidade de conhecimento é limitada, não devemos nos iludir, para todo ser humano em todas as áreas do conhecimento. Então, não podemos ter a presunção de querer saber tudo. É necessário que sejamos humildes e que compartilhemos conhecimento, sabendo que podemos aprender e muito com experiências vividas por outras pessoas. Afinal, ser bombardeados de informações não significa que sabemos tudo.

Para concluir, quero deixar esse provérbio Chinês: “o burro nunca aprende, o inteligente aprende com sua própria experiência e o sábio aprende com a experiência dos outros”.

Pense nisso!

*Michael Ataíde é Bacharel em Relações Internacionais com MBA em Negócios pela Fundação Getúlio Vargas