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Existe inovação sem risco?

Posted: 27 de maio de 2009 às 5:43 pm   /   by   /   comments (0)

*Por Gisela Kassoy

Bons tempos aqueles! Praticamente o único receio de uma empresa era ser ultrapassada pela concorrência. Aquecimento global, exuberância irracional e pandemias eram conversas de especialistas, tidos como ávidos para estragar prazeres. Havia verba e estímulo para inovações e seus devidos testes, projetos piloto e possíveis erros.

O financiamento dos riscos faz parte do processo. Muitas organizações estimulavam o risco, já que mesmo depois de um determinado número de erros, uma das idéias que vingasse seria lucrativa o suficiente para equilibrar as apostas.

Isto não deixou de ser verdade. Inovações continuam tendo o poder de multiplicar os lucros das empresas. Mas o momento é outro. A verba diminuiu. A crise financeira mostrou que às vezes o pior acontece. A palavra de ordem passou a ser cautela.

Mas é possível inovar sem correr riscos? É possível arriscar sem perder dinheiro? Ou, pelo extremo oposto, é possível sobreviver na base da cautela?

A resposta vem de uma habilidade em demanda crescente: a convivência com o risco. Ao exaurir possibilidades, elaborar planos A, B, X e Z as empresas estarão desenvolvendo as competências para prever sucessos e, sobretudo, abrindo espaço para monitoramento contínuo, uma vez que as variáveis externas mudam cada vez mais .

Afinal, inovar continua sendo pensar no impensável, romper barreiras, ir além.

Processos de inovação se beneficiarão da grande lição da crise: a ampliação da consciência. Consciência aqui significa visão de consequências. Trata-se de pensar na frente, antecipar-se aos fatos, embora estejamos numa época na qual eles são pouco previsíveis.

Trabalho com inovação há quase 20 anos. As demandas e processos evoluíram, se transformaram, se adaptaram. Monitoramento sempre fez parte de uma estratégia eficaz para inovar. Agora será a chave.

Este não é um momento de cautela, mas sim de consciência. Mais do que nunca é preciso pensar grande. Mas pensar grande significa não apenas ser ambicioso, também pensar nos resultados das ações, pensar no longo prazo, pensar no planeta.

* Gisela Kassoy é formada em Comunicação Social e em Metodologia do Ensino da Criatividade pela Creative Education Foundation da Universidade de Nova Iorque. Atua com consultoria, seminários e palestras sobre Criatividade, Inovação e Transformações Organizacionais. Mais informações sobre a autora no site www.giselakassoy.com.br