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Experiência no exterior: é preciso agregar valor

Posted: 27 de outubro de 2009 às 5:57 pm   /   by   /   comments (0)

 

Rosi Vieira*

Muito se fala sobre a importância de uma experiência de estudos no exterior, mas pouco se ouve sobre como essa ação pode, de fato, beneficiar o estudante quando retorna ao país de origem.

Ir ao exterior para realizar qualquer tipo de estudo, seja profissional, seja apenas para o conhecimento de uma nova língua, passa por um processo necessário de aprendizagem pessoal, de vivência com outras culturas e, isso, do ponto de vista do crescimento individual, por si só, já é um grande benefício.

Entretanto, social e economicalmente, o que o estudante ao regressar do exterior agrega ao seu país de origem? Será que o Brasil também se beneficia dessa mudança de visão de mundo criada em outro país?

É claro que o conhecimento sempre agrega, mas se ele não for raciocinado e focado, é muito provável que se perca. O conhecimento adquirido tem importância maior se aplicado, se multiplicado.

Também é evidente a crescente demanda por seres denominados “críticos pensantes”, ou seja, pessoas que não apenas acatem ordens, mas que reflitam, sugiram e interajam. Por isso, os professores hoje atuam como facilitadores do acesso ao conhecimento, não mais como educadores somente. E o aproveitamento adequado dessa “facilitação” está em estabelecer o objetivo das experiências.

Muitos dos candidatos que buscam oportunidades de estudo no exterior, por não terem sido bem direcionados ou por não terem um plano de desenvolvimento de carreira bem definido, ao retornar ao país de origem, enfrentam dificuldade em adequar o conhecimento e sua experiência, não atingindo a ascensão profissional almejada. Sendo assim, o que o Brasil está ganhando, de fato, com a crescente demanda por esse tipo de experiência?

A falta de uma consultoria dedicada e experiente na escolha do curso no exterior pode fazer com que a experiência seja pouco aproveitada. O estudante que sai do Brasil, por exemplo, não tem muito claro o que poderá agregar com esse conhecimento. E o dinheiro gasto, muitas vezes com tanto sacrifício, é desperdiçado por falta de um planejamento adequado e gerenciamento de expectativas.

Com uma vasta experiência em vivência no exterior e como uma assídua estudiosa da área de Educação Internacional, posso afirmar que, de todos os programas de intercâmbio, o do Canadá é um dos mais consistentes em termos de agregação de valor ao país de origem, já que a experiência, em nível de pós-graduação (master), por exemplo, está condicionada ao exercício deste conhecimento.

Seja por meio de estágios remunerados, seja pela efetivação em uma empresa canadense, o país está intimamente comprometido com a prática do conhecimento adquirido.

Um exemplo bastante claro deste propósito é o resultado de uma pesquisa liderada pela McGill University, que apresenta um número concreto da importância do incentivo ao estudo relacionado diretamente ao trabalho. Em torno de 52% dos graduados da Universidade recebem oferta de trabalho efetivo das empresas onde estavam estagiando. E, 80% desde profissionais, no prazo de seis meses após conclusão do “Master in Manufacturing Management”, são absorvidos pelo mercado de trabalho.

Esse é só um dos inúmeros exemplos desse comprometimento com o estudo com excelência e sua real aplicação cotidiana, fato que pode alterar significativamente os resultados de uma experiência no exterior.

Antes de buscar uma oportunidade de estudo em outro país, é preciso todos os fatores envolvidos, desde os cursos oferecidos, as oportunidades de trabalho, a integração cultural de forma que, ao retornar, a experiência consiga, de fato, agregar todo o valor desejado.

* Rosi Vieira é consultora e estudiosa na área de educação internacional e é responsável pelo escritório da Canadian University Application Centre no Brasil (http://www.canada123.org/brazil.php)