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Falta Comprometimento! O que fazer?
Élida Maria Spinelli*
O mundo corporativo vem enfrentando o que se pode chamar de “Era do desencontro”. O que isso significa?
Significa que atualmente nos deparamos com a seguinte realidade: há uma diferença de valores muito forte entre gerações o que resulta em dificuldades para desenvolver o trabalho em equipe, reter talentos, manter motivação do pessoal e isso acaba afetando os resultados da empresa.
Muito se lê sobre essas diferenças, mas pouco se fala em solução, e quando se fala há uma preocupação maior sobre o que fazer, e poucas vezes se discute e se explica como fazer.
Desta forma, avaliei como produtivo relatar algumas medidas aplicadas que podem ajudar a trazer um melhor resultado para administrar tais diferenças.
O que causa conflitos é que os profissionais mais jovens buscam prazer no que fazem com imediatismo de reconhecimento e de conquistas. Como atender a toda essa necessidade em tempo curto como se vivêssemos o tempo todo no mundo virtual a que eles, os jovens, cresceram e estão acostumados?
Portanto, se uma empresa é composta de equipes de profissionais jovens ela precisa ter gestores que consigam vivenciar o mundo deles e com regras simples introduzir no dia a dia alguma forma de convivência para gerenciar e atender parte de suas necessidades, sem afetar negativamente os resultados da empresa.
Em minha experiência pessoal, pude presenciar trabalhando dentro de ambiente assim é que ao respeitar e atender essas necessidades, ou seja, permitindo que eles trabalhem conectados a sites de relacionamento, ouvindo música, eles nem por isso deixaram de interagir com os colegas e atender as demandas de sua atividade. Aliás, entre eles mesmos existe a cobrança de trabalho e responsabilidade, eles mesmos indicam aquele que está ultrapassando os limites e aceitam a orientação quando regada de argumentos e não de imposições. Com isso observei uma melhora nos resultados.
Profissionais jovens são capazes de cumprir suas responsabilidades desde que haja flexibilidade, quando acolhidos em suas ideias e nos recados diretos e sem o menor constrangimento para se manifestarem quando se sentem injustiçados.
Para assimilar, compreender e conduzir esse novo perfil é preciso muita paciência e persistência por parte dos gestores. Também é preciso educar sobre o respeito que deve existir entre todos e com as necessidades da empresa, para que aprendam sobre seu valor e responsabilidade dentro da organização e deixar muito claro os recursos reais da empresa evitando assim criar expectativas que não possam ser atendidas ou alcançadas de imediato. É um processo que se inicia na seleção, no ato da contratação e deve ser mantido durante todo percurso.
Isso requer ainda por parte dos gestores muita transpiração, flexibilidade e conexão com o mundo atual.
O resultado aguardado virá. Ao se descobrir o caminho de acesso aí sim será possível desfrutar um pouco desse mundo novo que está sendo construído dentro das organizações onde produtividade e prazer podem caminhar lado a lado.
É uma nova vida e é preciso aprender com ela.
Abraços com Laços.
* Élida Maria Spinelli, Psicóloga, Consultora Organizacional, Diretora da NDS Consultoria. Mais informações: diariodoautoconhecimento.blogspot.com