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Final de ano: tempo de planejar

Posted: 16 de dezembro de 2017 às 8:55 am   /   by   /   comments (0)

Mauro Calil*

Com a proximidade do final do ano e a possibilidade de ganhos extras, principalmente, para quem vai receber o 13º salário e a restituição do Imposto de Renda, as dúvidas sobre como gastar o dinheiro da melhor forma e realizar sonhos em 2018 são inúmeras.

Para quem pretende casar, a pergunta mais frequente costuma ser: fazer festa, viajar ou comprar uma casa? Qual a melhor opção? Já para quem pretende investir na aquisição de um bem, como um carro, a dúvida é se é melhor um veículo novo ou usado? Já para quem deseja estudar, é melhor investir em um MBA ou em um intercâmbio?

Preparei algumas dicas para ajudar na tomada de algumas dessas decisões. “Independentemente do caminho escolhido, é fundamental não entrar em dívidas. Confira:

Casamento: Festa, viagem ou casa própria?

O casamento costuma ser um dos momentos mais marcantes e a maior fonte de gastos para casais de diferentes faixas etárias e classes sociais. Para quem não pode ter tudo, mas deseja aquele casamento dos sonhos, a dúvida sempre gira em torno de qual é a melhor decisão: fazer uma festa grandiosa, viajar ou até mesmo investir na casa própria? A prioridade tem que ser decidida pelo casal. O dinheiro tem que servir às pessoas e não o contrário. Para alguns, a festa inesquecível é o mais importante, para outros, o diferencial é a viagem de lua de mel. E muita gente faz questão de ter um imóvel próprio para iniciar a vida a dois.

Vale observar que investir em uma festa ou em uma viagem se trata de consumo e não de construção de patrimônio. Dessa forma, é fundamental buscar opções que realmente caibam no orçamento. Lembre-se que tudo o que envolve o casamento é uma indústria dos sonhos, nada é duradouro. A festa é cara e tem apenas algumas horas de duração. As fotos e o DVD que registram a ocasião rapidamente vão para o fundo de uma gaveta e poucas vezes serão vistos novamente. Então, defina bem as prioridades de acordo com o que você pode pagar, sem comprometer o futuro do casal.

Carro: novo, usado ou não ter?

Em primeiro lugar é bom lembrar que a aquisição de um carro não é um investimento. É um bem que sempre irá se desvalorizar ao longo tempo. Esta compra está ligada a duas coisas. O sonho da aquisição e, para alguns, a necessidade.

Se a decisão da compra já estiver definida, houver espaço suficiente no orçamento e for o sonho ter um carro zero, não há problemas em fazer a compra. Mas, muitas vezes, o carro usado pode ser uma melhor opção. Um veículo com até dois anos de uso é bem mais barato do que um 0km e geralmente está em ótimas condições. Já, quem está em dúvida, deve primeiramente definir se realmente é preciso comprar ou trocar de carro nesse momento.

Para isso, a pessoa deve colocar no papel todos os custos e fazer as contas. Ter um carro envolve o valor da compra, um eventual financiamento, seguro, combustível, manutenção e tributos. Estes custos devem ser simulados e comparados com o quanto seria gasto com o uso de táxis, aplicativos de transporte e até mesmo aluguel ou compartilhamento de um carro, pensando em viagens de curta e média distância. Muitas vezes, não ter um carro é a melhor escolha. E, com a ajuda da tecnologia, você pode ter acesso a um veículo com praticamente a mesma facilidade.

No entanto, em alguns casos, ter um carro é inevitável. Para quem mora em cidades e bairros com baixa oferta de transporte coletivo de qualidade, táxis e aplicativos de mobilidade, pode ser mais caro e inviável depender de outros modais. Outro grupo para o qual recomendo ter um automóvel são as pessoas que têm crianças pequenas e idosos em casa. É importante para qualquer eventualidade, é um custo necessário. Mas não é preciso ter luxo.

Fazer um curso ou intercâmbio?

Qualificação pessoal e profissional sempre é algo positivo, mas é preciso levar em consideração o atual momento da carreira para tomar uma decisão. Para quem está começando a carreira, é sempre positivo. No entanto, é preciso tomar cuidado para não ficar fora da curva. No atual mercado de trabalho, muitos profissionais acabam ficando muito qualificados para a atual demanda. E isso acaba impedindo ou dificultando que a pessoa se coloque bem. É preciso avaliar se uma extensão, mestrado ou doutorado irá se adequar à atual necessidade das empresas. Se for o caso, o dinheiro que seria utilizado para um curso pode ser destinado a um investimento financeiro e, em outro momento, voltar a ser colocado no desenvolvimento da carreira.

Já um intercâmbio ou curso feito no exterior, além de promover o desenvolvimento pessoal, pode acabar auxiliando também no lado profissional. “Costuma sair até mais barato e as experiências adquiridas sempre contam para a carreira. E, assim, é até possível fazer as duas coisas: estudar e investir.

A dica que vale para todo mundo, independentemente dos sonhos ou metas para 2018, é evitar o endividamento. O ideal é planejar com antecedência e comprometer o menor percentual possível do salário com prestações e financiamentos. E, nunca, jamais, entre no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito.

*Mauro Calil, especialista em investimentos do Banco Ourinvest