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Francomania

Posted: 14 de abril de 2010 às 6:32 pm   /   by   /   comments (0)

 

Nos últimos anos, o mercado do ensino de idiomas no Brasil tem passado por um intenso período de aquecimento. Este aumento no número de pessoas que buscam aprender uma nova “língua” se deve, principalmente, ao processo de globalização cultural e econômica e, também, às parcerias internacionais firmadas por instituições presentes nos maiores países do mundo. Mas para a surpresa de muitos especialistas em linguística, o francês, mesmo sem aparecer entre os idiomas mais falados, se tornou uma verdadeira febre entre os jovens brasileiros.

Esta procura pelo ensino de francês pode ser comprovada pelo grande número de turmas espalhadas pelas escolas brasileiras, principalmente na região Sul do país. Em Curitiba, por exemplo, o Centro Europeu, escola de profissões e idiomas, registra um crescimento semestral de em média 15% no número de alunos matriculados. “Nos últimos anos, inúmeras instituições de ensino do Estado do Paraná firmaram parcerias importantes com empresas e universidades francesas. Estas ações fizeram com que muitos estudantes busquem o nosso curso com o objetivo de conseguir estágios e intercâmbios na Europa”, explica Giselda Maria Ross, coordenadora do curso de francês do Centro Europeu.

De acordo com a profissional, que atua há 18 anos no ensino de francês, 80% dos alunos da instituição têm idade entre 18 e 25 anos. Além disso, ela conta que o idioma superou o estigma de “língua elitizada” e hoje está ao alcance de todos. “Esta grande abrangência do francês popularizou o seu ensino e fez com que pessoas de todas as classes sociais tenham acesso ao idioma. Isto é muito gratificante para os profissionais que lutam há muitos anos por uma maior divulgação deste idioma tão útil e interessante”, comemora Giselda.

Rafael Bianco Erbano, de 20 anos, é um exemplo desses dedicados alunos de francês que têm como objetivo aprender um idioma que abra as portas do mercado de trabalho. Estudante do curso de engenharia mecânica da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e cursando francês há 10 meses, o jovem conseguiu uma bolsa de estudos na França, onde irá concluir o curso superior na Universidade Tecnológica de Troyes (UTT). “Assim como muitos alunos de francês, eu resolvi aprender o idioma por entender que ele iria me ajudar profissionalmente. Em julho eu embarco para a França, onde vou morar por dois anos, e tenho certeza que irei chegar lá com todas as condições necessárias para levar uma vida tranquila. Tenho alguns amigos, também estudantes de engenharia, que estão cursando francês para aproveitar estas mesmas oportunidades”, explica.

Além dos alunos de engenharia, Giselda Maria Ross conta que estudantes dos cursos de direito e arquitetura também são “figurinhas carimbadas” nas turmas de francês. “Alguns dos principais estudos publicados nestes segmentos foram escritos originalmente em francês. Por este motivo, os estudantes criam um certo carinho pelo idioma e resolvem aprende-lo como uma ferramenta para facilitar o processo de absorção de conhecimentos e, também, para aumentar o leque de materiais disponíveis para estudo”, finaliza.