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Gente chata no trabalho…conhece alguma?

Posted: 10 de setembro de 2014 às 8:53 am   /   by   /   comments (0)

 

Sílvio Broxado*

O ambiente corporativo está cada vez mais chato. Está cheio de processos e rotinas que exigem maior atenção, monitoramento, controle, perseguição da conformidade determinada pelos manuais da qualidade, paradoxalmente, solicita de cada colaborador, mais motivação, engajamento, ousadia, criatividade e inovação. Passamos de um tipo de administração, altamente normativo para um ambiente contingencial e ao mesmo tempo, paradoxalmente, preditivo.

Porém, chato é um expressão que tem sentidos diferentes, a depender do ponto de vista e da conceituação que cada um pode dar em certo instante.

Por exemplo, se alguém está com dor de cabeça, ouvir música é bem chato. Ao passo que se esta mesma pessoa estiver em uma festa, comemorando algo, o som alto combina melhor com o astral do momento.

Daí, conclui-se que chatice depende da condição fisiológica e psicológica de um mesmo sujeito, podendo ainda acrescentarmos fatores culturais, sociais, políticos e geracionais, os quais são capazes de determinar o chatômetro inerente ao grau dado a esses fatores por cada um.

No ambiente de trabalho uma pessoa chata pode ser alguém detalhista, que cobra muito os resultados e as entregas pactuadas. Por outro lado, chato também pode aquele que não dar bom dia para subalternos, que não interage com equipes, que não sorrir, que vive de cara “amarrada”, só reclama e apenas fala de questões técnicas ou sociais e pessoais em demasia, faltando-lhes um eixo de equilíbrio nos “contratos ” de convivência.

Seja por uma visão, conceituação ou condição fisiológica e psicológica, o chato é importante nas organizações, pois muitas vezes são as pessoas chatas do tipo “cobradores de tarefas bem feitas e realizadas antes no prazo limite”, que fazem a diferença nas organizações. São esses colegas que alcançam as metas e apresentam resultados de forma obstinada. Portanto, tenhamos cuidado ao chamar alguém de chato. É um rótulo que não deve ser dado a nenhum colega, haja vista que o chato pode ser seu chefe amanhã. Enxergue e trate todos pelo prisma da diversidade comportamental. Afinal de contas nem irmãos gêmeos têm completa sincronicidade de atos e ideologias, quanto mais os nossos colegas de trabalho que possuem traços de personalidade, valores culturais, políticos e necessidades peculiares, próprias deles. Conviver bem com os “chatos” não é hipocrisia, é acima de tudo praticar o tão sonhado engajamento e assim não fragmentar as relações interpessoais. Apenas um conselho aos “chatos”: construam melhores relacionamentos, pela simples razão que gente considerada chata, pode perder oportunidades de prosperidade, tanto no campo pessoal, quanto no profissional. E por fim, que auto avaliemo-nos,…pois quem não tem seu grau de chatice e suas idiosincrasias no set organizacional?

*Silvio Broxado, Consultor,Palestrante Motivacional, Professor da UFPE Universidade Federal de Pernambuco. Contatos através do email silviobroxado@gmail.com. Artigo publicado anteriormente em www.artigonal.com/carreira-artigos/9/.