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Não seja um profissional dispensável

Posted: 5 de agosto de 2014 às 8:19 am   /   by   /   comments (0)

 

Eduardo Shinyashiki*

Embora a taxa de desemprego continue praticamente estável no Brasil, próximo do pleno emprego, hoje o consumidor tem uma percepção que cresceu o risco de ficar desempregado. A palavra causa pavor nos trabalhadores brasileiros e o medo de perder o emprego tem afetado os funcionários das empresas, segundo pesquisas recentes de mercado.

Realmente o cenário do nosso país já foi mais favorável e não é raro ouvir onda de demissões em organizações consolidadas e que contratam bastante, movimentando a cadeia de emprego brasileira. Se haverá outra crise pela frente ou não, isso não sabemos, e deixamos para os economistas fazerem essa análise. O ponto é: quem serão os funcionários demitidos? Independentemente de uma crise ou não, as empresas sempre demitem aqueles colaboradores dispensáveis.

O que é ser dispensável? Para explicar isso, entramos numa dimensão que não tem a ver apenas com competência, mas com o equilíbrio entre sentir e pensar. As empresas, hoje, não querem mais apenas alguém com talento, com as mais excelentes competências técnicas. Elas querem, e valorizam, aquele que investe também nas competências pessoais, que equilibra essas duas capacidades que o mercado de trabalho tanto busca.

Questionar, a cada momento, qual o seu posicionamento se torna igualmente fundamental. O indivíduo de sucesso trabalha no intangível. Por maior que seja a sua competência, não corra o risco de estagnar, pois certamente alguém tomará o seu lugar, ainda que você se considere um profissional indispensável.

Inspirado no modelo de diferenciação que Jack Welch aplicou na General Electric Company, transformando-a na organização mais valiosa do mundo, podemos dividir as pessoas em três classes, de acordo com suas competências e atitudes frente às atividades que desempenham:

– 20% são os melhores profissionais da companhia,

– 70% pertencem ao grupo intermediário com performance média e

– 10% são aqueles com péssimo desempenho.

A partir dessa classificação, os funcionários que estavam no grupo A recebiam os maiores incentivos financeiros e os do grupo C eram na maioria das vezes desligados da empresa. Simplificando, todo ano Jack Welch demitia 10% dos funcionários da GE. O objetivo desse modelo era tornar a empresa mais competitiva. Portanto, cuidado para não ser incluído nesse grupo menor, que não faz falta para a empresa.

Saber qual posição está tomando faz lembrar que, às vezes, é possível ter um conhecimento, armazená-lo, mas não se posicionar com essa quantidade de informação adquirida. Esse é um grande risco. Do outro lado, isto é, do empresarial, também vemos empresas que estão gerando produtos, mas não assumem uma posição forte perante o mercado em que atuam. Isso significa que, a médio prazo, elas também se tornarão dispensáveis. As organizações diferenciadas continuam se posicionando no mercado e vão continuar muito bem, obrigado.

Portanto, aquele que se recicla, que sabe seu posicionamento, e não apenas toma consciência, mas age em direção a ele, não tem medo de perder o emprego. Esse candidato sabe onde está, aonde quer chegar e equilibra a competência técnica e a pessoal. Ele explora seu talento e se torna um profissional indispensável. Lembrando que indispensável, também, é o autoconhecimento.

*Eduardo Shinyashiki é palestrante, consultor organizacional, escritor e especialista em desenvolvimento das Competências de Liderança e Preparação de Equipes. Presidente da Sociedade Cre Ser Treinamentos, colabora periodicamente com artigos para revistas e jornais. Autor dos livros: Viva como Você Quer Viver, A Vida é Um Milagre e Transforme seus Sonhos em Vida – Editora Gente. Para mais informações, acesse www.edushin.com.br.