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O que você faz com conselhos que ouve?

Posted: 22 de maio de 2012 às 5:56 pm   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Podemos dizer que somos privilegiados em receber uma quantidade enorme de conselhos e dicas para a nossa vida pessoal e profissional. Somos diariamente bombardeados por informações sobre qual a melhor maneira de fazer isso ou aquilo para atingir um determinado sonho e plano. Basta ler um livro, jornal ou revista, ligar o rádio ou a TV, está tudo aí, à disposição. Sem contar palestras, seminários, cursos, grupos de discussão, ninguém pode dizer que não pode ter acesso a tantas informações.

O manual de instruções é enorme. Parece que não há nada mais a ser explicado, tudo tem, à sua maneira, uma orientação, em diferentes pontos de vista. À maneira como expõem, funcionaram, ainda que tenha demorado algum tempo, mas que tem uma forma de se chegar ao sucesso, isso tem.

Em meio a tanta coisa, a maior questão parece estar justamente na falta de alguma orientação e conselho que te ajudem a resolver o seu problema, quando mais você está precisando. Afinal, todo mundo sabe onde o “tá pegando” ou “onde o calo tá doendo mais”. Daí parece que não há conselho que ajude. Ou seja, parece que conselho, orientação, “entra por um ouvido e sai pelo outro”, como se costuma dizer. Quer ver um exemplo?

Outro dia eu recebi um email de um leitor das minhas matérias no qual ele dizia que estava vivendo uma situação complicada na vida profissional, e que gostaria de saber minha orientação, um conselho sobre como sair bem dela. Na minha primeira resposta, apresentei vários ângulos da situação e algumas possíveis sugestões sobre como resolvê-la. Ele respondeu agradecendo a minha resposta. Ainda deu mais explicações sobre a situação, parecendo mais preocupado em justificar a sua postura e motivos para estar vivendo aquele momento de angústia. Daí eu enviei outro email com outras sugestões, baseadas no meu bom senso e experiências passadas. E tive várias outras respostas, nas quais ele sempre trazia fatos e situações novos. Alguns emails depois e o contato foi minguando, com ele dizendo que estava tentando aplicar as minhas sugestões em sua vida. Eu acabei percebendo que estava lidando com uma pessoa que gosta de ouvir conselhos e orientações simplesmente por ouvir, sem qualquer vontade de aplicar qualquer um deles em sua vida pessoal ou profissional. A cada novo conselho, uma pessoa assim retruca e a novela parece interminável. E vai continuar a vida quebrando a sua própria cabeça (e cara!) além de “causar” na vida de outros.

Ah! Você pode dizer “é preciso saber filtrar as informações e conselhos”. Verdade, eu concordo. Tem tanta gente dando conselhos que fica difícil saber o que é confiável ou não. Se alguém se dedica a dar orientações, no mínimo, suas palavras poderiam fazer algum efeito na vida da pessoa que está vivendo uma situação, mesmo que estivesse usando a famosa técnica do “copiar/colar”. Seria ideal que todos os conselhos partissem de pessoas que vivenciaram uma experiência igual à que está sendo abordada.

Eu sei o que eu escrevo. Claro que eu me preocupo em, no mínimo, usar o bom senso quando dou uma opinião e uma sugestão para se resolver uma situação complicada. Sempre falo com base em minhas experiências profissionais e não porque ouvi falar ou li em algum lugar. O que me deixa satisfeito é que parece que o que eu escrevo tem ajudado muita gente.

Mas, voltando ao assunto, como é mesmo que você reage aos conselhos, orientações e sugestões que ouve?

*Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional. Todas as suas matérias refletem as suas experiências profissionais presenciadas durante anos como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais.

A reprodução total ou parcial é autorizada desde que citada a autoria e o portal Dicas Profissionais (www.dicasprofissionais.com.br).