O tempo passa, os maus hábitos profissionais continuam

por Nelson Fukuyama*

Já escrevi muitas vezes sobre experiências que tive ou presenciei na minha profissional sobre comportamentos e situações inadequadas no mercado de trabalho. A cada dia que passa, não sei se devido ao grande número de informações que a gente recebe, parece que as más práticas e hábitos de profissionais aumentam cada vez mais. Há o risco de por se tornarem tão habituais passarem a ser considerados normais e que poderão ser repetidos de forma impune.

Para quem está começando uma vida profissional agora pode pensar que é novidade. Quem está no mercado de trabalho há algum tempo sabe que, na verdade, esses fatos estão apenas se repetindo, sob novos formatos. Veja alguns exemplos:

– Má conduta na profissão.

Recentemente soubemos do caso de um executivo de um banco estrangeiro que foi preso por desviar alguns milhões de dólares de clientes. Apenas repetiu o que havia feito um outro colega que há alguns anos havia dado um grande desfalque no seu banco. Portanto, nada de novo. E o que dizer também do médico condenado a centenas de anos por abuso de suas pacientes? Ele continua solto, desaparecido.

– Corrupção política.

Lemos e vemos diariamente tantas denúncias a respeito de corrupção na política! Há alguma novidade, por exemplo, em saber que muitos são eleitos com recursos de empresas, ou que exigem uma retenção de salários de assessores parlamentares ou que eles recebem comissões por projetos que promovem ou de recursos que eles direcionam para instituições que eles indicam? Alguns tiveram chegaram a ser filmados recebendo propina. Outros foram delatados por colegas de profissão, talvez prejudicados na partilha. Tantos foram presos, indiciados, mas foram liberados e continuam tocando sua vida normalmente. Ah! Nunca teremos uma confissão por parte dos envolvidos, sempre serão inocentes, se há alguma denúncia essa será apenas uma calúnia por parte de alguém.

– Participação em esquemas.

Em um final de noite anuncia-se que foram presas tantas pessoas acusadas de terem participado de determinado esquema. Um estardalhaço. Na manhã seguinte, muitas daquelas pessoas acusadas já são liberadas e o assumo morre na mídia.

Esses exemplos e tantos outros casos devem servir como reflexão de nossa parte. Podemos aprender muito com eles e não copiá-los em nossas atividades, e impedir que eles continuem a ocorrer no dia a dia.

* Nelson Fukuyama é Editor Chefe do portal DicasProfissionais e Diretor da Yama Educacional. Todas as suas matérias refletem as suas experiências profissionais presenciadas durante anos como consultor e executivo de empresas nacionais e multinacionais. A reprodução total ou parcial é autorizada desde que citada a autoria e o portal Dicas Profissionais. www.dicasprofissionais.com.br.