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Orçamento é fundamental para organizar dívidas e reduzir despesas

Posted: 1 de abril de 2020 às 10:47 am   /   by   /   comments (0)

José Raymundo de Faria Júnior e Eliane Tanabe*

Os impactos da crise pelo coronavírus podem piorar a situação de endividados e gerar novos inadimplentes, tanto pessoas físicas como microempreendedores

No Brasil, cerca de 61 milhões de brasileiros iniciaram o ano de 2020 endividados, segundo dados da CNDL/SPC. Com as paralisações por conta do combate ao coronavírus (Covid-19), esse quadro pode se agravar ainda mais. O impacto disso ainda não pode ser mensurado, não sabemos quão severo isso pode ficar.

Com a possibilidade de corte de salários no período de crise, a dificuldade e necessidade de repensar os gastos se torna mais complexa. As pessoas precisam estar preparadas para se resguardar financeiramente e o orçamento é fundamental para organizar as dívidas já existentes, e também para ter o controle e não adquirir nova.

O orçamento financeiro ajuda a identificar onde os gastos podem ser reduzidos, e principalmente, a controlar o impulso de comprar itens desnecessários. É recomendado que as pessoas selecionem o que é gasto fundamental, como moradia, alimentação, escola e saúde, e o que é desnecessário, como roupas, eletrodomésticos, entre outros.

Para quem já tem dívidas e não possui reserva de emergência para enfrentar o problema, uma alternativa nesse momento é pesquisar as ofertas dos bancos que estão prorrogando as parcelas por até 60 dias. Analise as condições, pois qualquer oferta de renegociação precisa ser estudada, e dependendo da situação, pode ser benéfico nesse momento.

A renegociação também pode ser uma opção para comerciantes e microempreendedores que vão enfrentar crises por conta da paralisação. Serão cerca de 40 dias previstos de redução de receita para comerciantes, lojistas e pequenos empreendedores, ou seja, o imprevisto se intensifica a cada dia e é preciso ficar atento para os orçamentos e verificar quais as dívidas e despesas podem ser adiadas.

Para comerciantes que atuam com vendas, algumas alternativas são: dar férias coletivas, reforçar as vendas online, analisar as medidas do governo para auxílio de renda, verificar junto aos bancos a prorrogação do pagamento de financiamentos e a possibilidade de contar com a linha de capital de giro pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), optando pelo adiamento do pagamento de impostos para as empresas do Simples Nacional, preservando assim o máximo possível de caixa. É o momento de renegociar dívidas, realizar acordos com fornecedores, ver se a cobrança de aluguéis das lojas será mantida, principalmente para os comerciantes que ficam nos shoppings que que tendem a ficar fechados por mais tempo nesse período.

*José Raymundo de Faria Júnior e Eliane Tanabe são planejadores financeiros da Planejar – Associação Brasileira de Planejadores Financeiros https://www.planejar.org.br/