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Os 4Ps da Motivação

Posted: 2 de abril de 2012 às 7:23 pm   /   by   /   comments (0)

* por Eduardo Zugaib

Mais do que um processo estanque, sujeito a variáveis externas, sejam elas as ameaças ou os prêmios, também podemos dizer que a nossa motivação nasce da síntese entre forças e competências pessoais. Quando provocadas e trabalhadas em nós, tais forças e competências nos fazem ir além daquele significado subjetivo da motivação como um simples produto de pensamento positivo, tornando-a mais tangível. Não basta ter “motivos para agir”, mas, principalmente, sincronizar aqueles que aqui identificamos como os 4Ps da Motivação:

A Paixão – ela já pode existir dentro de você, de forma clara e objetiva. Ou se manifestar como o tanto de pensamentos e sentimentos empenhados em nome dos nossos objetivos, sejam eles pessoais ou profissionais. Psicologicamente, a paixão até pode ser comparada a uma doença, que tende a distorcer a realidade. Prefiro supor que ela é o calor em estado bruto, o impulso animal que habita nossa alma e que ganha refinamento e direção com a ajuda dos outros “Ps”. Da paixão surge a nossa missão de vida. Infelizmente, muitas pessoas passam uma vida inteira tentando definir uma missão de vida, pulando de paixão em paixão, sem fixar-se em nenhuma. E justamente por isso, sempre retornando à estaca zero, ou seja, ao fogo em estado bruto. Paixão é força e é emocional.

A Percepção – o segundo P nos ajuda no refinamento da paixão, confrontando-a com o nosso ser e estar atual. A percepção nos faz definirmos o ponto em que nos encontramos, assim como a visualização do esforço que precisamos empreender na busca da plenitude de nossa missão de vida, do nosso objetivo. Este esforço é o produto da conta “tempo X espaço X recursos”. É o choque de realidade que, justamente por ser choque, nos arremessa para trás e, por diversas vezes, nos faz aceitar intimamente a impossibilidade do nosso sonho. A percepção nos mostra o território a ser conquistado, sempre muito diferente do mapa que idealizamos. E também nos ajuda a identificar a oportunidade, quando mesmo sem termos nos preparado conscientemente, a vida nos coloca em situações onde o pegar ou largar torna-se urgente, nos desafiando a uma decisão de minutos que pode ajudar a alterar a ordem tempo/espaço/recursos. Percepção é competência e é racional.

O Planejamento – A percepção nos ajudou a identificar o componente tempo/espaço/recursos. O terceiro P, o Planejamento, é a competência que nos ajuda a combinar estes componentes, convertendo-os em um objetivo concreto. Por sua vez, este objetivo precisa ser dividido em metas menores, de forma a torná-lo mais tangível e alcançável. O planejamento ajuda a colocar foco na paixão, potencializando sua força e evitando dispersão. Da visão dos objetivos e das metas, estabelecemos o tempo de cada uma e traçamos as estratégias que deveremos empreender em busca da nossa paixão. Planejamento é competência e é racional.

A Persistência – Podemos dizer que o último dos Ps é o sopro que mantém a chama da paixão acesa. Como dissemos, o mapa da nossa idealização é bem diferente do território que encontramos na vida real. E naturalmente, nessa jornada, encontramos muitos obstáculos, dificuldades e temores. A persistência nos ajuda a manter a fidelidade aos objetivos definidos no planejamento, bem como nos faz, em conjunto com o segundo P, perceber a necessidade de flexibilizar as estratégias adotadas, conforme o terreno da realidade vai se configurando. A persistência ajuda-nos a equacionar melhor o fator tempo. Afinla, o tempo desejado para alcançar nosso objetivo, nem sempre é o tempo realizado, já que está sujeito a fatores externos, incontroláveis. Persistência é força e é emocional.

Paixão, Percepção, Planejamento e Persistência. Quando sincronizamos essas forças e competências, ampliamos as possibilidades de sucesso da nossa motivação, já que assumimos para nós tanto os fatores emocionais quanto os racionais, e colocamos tanto o lado esquerdo quanto o lado direito do nosso cérebro para funcionar. Se a nossa motivação fosse comparada a um carro, a paixão seria o combustível, a percepção o para-brisa, o planejamento o volante e a persistência os pedais de aceleração e freio. Estar atento à forma como conduzimos esse veículo é o que torna a nossa motivação algo mais concreto, menos fruto do acaso e das circunstâncias.

* Eduardo Zugaib – Profissional de comunicação, escritor e palestrante motivacional e comportamental – www.eduardozugaib.com.br