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Preciso mesmo ir para o trabalho em dia de greve?

Posted: 28 de abril de 2017 às 12:17 pm   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

Em dias de manifestações programadas como o de hoje é comum ver pessoas enfileiradas nos pontos de ônibus, esperando por uma condução que sabe-se lá se aparecerá. Gente em terminais rodoviários e estações de metrô que estão fechadas. Mas, tudo isso para que essas pessoas possam justificar, por telefone, aos seus “patrões/chefes” que de fato não havia condição de chegar no trabalho.

Eles ainda tem que ouvir coisas como: “você tem que vir de qualquer jeito, pague uma condução, mas venha, senão vou descontar o seu dia” diz o patrão/chefe do outro lado a linha.

Assim, ficam transportes públicos super-lotados, ruas e avenidas congestionadas de veículos, tudo por conta de pessoas que “não podem faltar ao trabalho”.

Eu, pessoalmente, sempre questionei essa “necessidade” de exigir que as pessoas compareçam ao trabalho em dias de manifestações. E continuo não entendendo essa exigência dos empresários e executivos de ter todos os funcionários em seus escritórios/lojas em dia de greve. “Não, você tem que vir de qualquer jeito”. E, mesmo que tenham passar apenas algumas horas, sem fazer nada, mas tem que estar na empresa, tem que marcar o ponto. Até os empregados domésticos não escapam. As “patroas” exigem que os seus “subalternos” estejam lá, mesmo que tenham que pegar um taxi, lotação, seja lá o que for, para atender a sua vontade (ou capricho). “Se não tiver dinheiro, peça emprestado”, dizem algumas. Ou ainda mais absurdo: “venha, pois o sistema estará mais tranquilo quando você voltar para casa”.

A gente poderia ser mais racional nesses casos. Penso que quando uma manifestação é programada, os chefes/patroas poderiam pensar assim: “porque vou exigir meu funcionário aqui se ele mora tão longe e o sistema de transporte fica ainda mais complicado. Não seria melhor pedir que apenas os mais indispensáveis compareçam?”.

Será que mundo vai acabar se um profissional não comparecer ao trabalho apenas um dia? Imagine quanta perda de tempo de locomoção e dinheiro e quanta irritação deixariam de ser gastos se todos fossem mais compreensivos. Sem contar também que algumas atividades podem ser feitas a partir de sua própria casa…

*Nelson Fukuyama é Gestor e Colunista do portal Dicas Profissionais, é Diretor e Administrador da Yama Educacional e Colunista dos portais Carreira&Sucesso da Catho, da Revista Atitude Empreendedora e Administradores.com para os quais fala sobre comportamento no ambiente de trabalho, com base em sua trajetória profissional ascendente, de trainee de consultoria externa a diretor de empresas nacionais e multinacionais.