Problemas particulares afetam a sua vida profissional?

Por Nelson Fukuyama*

Outro dia estive em uma dessas empresas consideradas as melhores para trabalhar. O trabalho do pessoal daquela área, que é importante por lidar com clientes de certo nível, parecia meio mecânico, sem grandes emoções. A atendente ficou por alguns minutos num telefonema e voltou com uma carinha aborrecida. Problemas particulares, pensei. Felizmente o aborrecimento dela não trouxe problemas para mim, mas fiquei preocupado que pudesse afetar a nossa conversa.

Como nesse caso, embora muita gente diga que não deixa que problemas particulares afetem a sua vida profissional, isso acaba acontecendo no dia a dia. Pode ser uma notícia desagradável, uma noite mal dormida, uma doença de um parente, uma fechada no transito e pronto, de um jeito ou de outro, a pessoa carrega consigo o mau humor durante o dia.

Há afinal alguma forma de evitar essa interferência que acaba atrapalhando tanto a vida profissional das pessoas?

Para mim, parece que a principal forma de evitar que isso aconteça é lembrar que o local de trabalho deve ser reservado para se cuidar de assuntos da empresa.

Depois, se o problema for relacionado à empresa e com o ambiente de trabalho e se a empresa e os colegas de trabalho puderem fazer alguma coisa, é importante que a pessoa “afetada” comunique seu problema para obter alguma ajuda.

Se o motivo do problema for particular, íntimo, a pessoa deve então evitar demonstrar isso para os demais colegas de trabalho. Nesse caso, alguns minutos para uma boa xícara de café ou um ar fresco, ou uma conversa sobre outro assunto qualquer poderá fazer um grande bem. Nada de chutar a cadeira, esmurrar o computador e o armário da empresa. Ou de xingar o seu superior ou a empresa. Ou de maltratar um cliente ou colega.

Afinal, ninguém merece passar oito (ou mais) horas da sua vida ao lado de pessoas que não estejam de bem com a vida.

* Nelson Fukuyama é Editor-Chefe do Dicas Profissionais e Diretor da Yama Educacional. Teve passagens por empresas de consultoria externa (atuais PriceWaterhouseCoopers, Ernst&Young, Binah), Conglomerado Financeiro nacional (Banco Itaú e Itaúsa), e empresas multinacionais (AkzoNobel, Laporte Group PLC e Walbro) como Auditor, Consultor, Controller, Superintendente e Diretor de Finanças e Administração.