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Profissionais tipo “Gabriela”

Posted: 22 de agosto de 2012 às 5:39 pm   /   by   /   comments (0)

 

Nelson Fukuyama*

Assistindo ao remake da novela Gabriela que vem sendo exibido atualmente não pude deixar de fazer comparações entre a personagem e certos profissionais que a gente encontra no mercado de trabalho. Não pretendendo desmerecer nem a personagem, nem seu autor, nem qualquer profissional, de qualquer sexo que se encaixar no perfil, vamos às comparações.

A moça Gabriela nasceu no sertão, acostumada a uma vida dura, sem qualquer ilusão e pretensão de ser alguém na vida. Não é por acaso essa a situação de tantos profissionais que conhecemos que nasceram em pequenas cidades ou vilarejos de nosso país ou mesmo de países distantes, sem qualquer pretensão futura?

Saída de seu vilarejo, Gabriela acompanha o tio na busca de melhor condição na cidade grande. Da mesma forma como tantos profissionais que deixam a casa de seus pais para vir morar com outros parentes em grandes centros na busca de uma vaga de emprego e melhor condição de vida.

No meio da caminhada Gabriela se deixa levar pelo desejo da carne, num sentimento confuso que vai durar algum tempo para ser esquecido. Será que poderíamos comparar esse sentimento, essa sedução, por tantas tentações que aparecem no meio da caminhada para a melhoria de condição de vida, fazendo nos desviar dos caminhos traçados?

Já na cidade grande Gabriela tem a sorte de ser encontrada por uma personalidade local que buscava uma cozinheira, e passa a viver na casa do cidadão, onde leva a sua vida de forma quase ingênua, entre peraltices e quitutes. Situação de tantos profissionais que têm a chance de serem encontrados em seus caminhos por alguém que os indique, que os adote, que os faça crescer, ainda que não tenham se despertado para o seu potencial profissional.

Gabriela, vivendo sob a tutela de seu Nacib, mostra suas qualidades de ótima cozinheira, ganhando a confiança de tantos clientes do bar Vesúvio e fazendo com que coronéis se ajoelhem a seus pés, tendo até mesmo que recusar ofertas para morar com eles. Assim também acontece com profissionais que se destacam pelas suas qualidades no início de suas carreiras e encontram pessoas e empresas interessadas em contratá-las a qualquer custo fazendo-lhes ofertas e convites muitas vezes irrecusáveis.

Ainda, Gabriela encontra na vizinha da casa ao lado do seu Nacib, a conselheira que lhe faltava para orientá-la quanto às suas atitudes para provocar o interesse do turco até que esse se decida a casar-se com ela. Essa se parece com as pessoas que, no dia a dia, tanto na vida pessoal quanto na empresa, se interessam a dar orientações sobre como conseguir cair nas graças do chefe e da empresa, para um aumento salarial ou um cargo melhor.

Até que o moço bonito da Gabriela se decide a pedi-la em casamento. Um momento que pode ser considerado uma coroação por tantos esforços, uma situação idealizada na mente de tantas senhoras (e senhores) que assistem à novela e querem ver o melhor para a Gabriela.

Ora, se a Gabriela, na sua melhor hora, decide mostrar o seu lado verdadeiro, e revela: “prá que casar, seu Nacib? Precisa casá naum, assim tá muito bom”. Embora daí para frente Gabriela se deixe levar até o altar, logo penso naqueles profissionais que após terem batalhado tanto, terem feito tantas coisas que podem levar a uma melhor posição, decidem demonstrar o seu lado Gabriela, ficam com medo de mudar sua postura, não querem crescer, querem permanecer da forma como se encontram, não querem sair da zona de conforto por nada apesar de terem tantas oportunidades. Esses são os autênticos Gabriela: ” eu nasci assim, eu cresci assim, vou ser sempre assim, Gabriela”.

Como eu disse antes, cada um toma as atitudes que lhe parecem melhor. Cá para nós, não é melhor aproveitar o momento e as oportunidades e seguir em frente?

*Nelson Fukuyama, atualmente Diretor da Yama Educacional, Co-Fundador, Editor-Chefe e Autor de artigos do portal DicasProfissionais foi Consultor, Executivo das áreas de Administração, Finanças e Recursos Humanos de empresas nacionais e multinacionais.

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