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Quando o feedback faz mal

Posted: 17 de setembro de 2014 às 8:41 am   /   by   /   comments (0)

 

Sílvio Celestino*

Já ouvi relatos de indivíduos que foram parar no psicólogo após uma sessão de feedback. Eles passaram por situações cruéis como ser colocados em frente a uma parede, de costas para um grupo formado por seu chefe e pares que os criticavam à vontade, sem os profissionais poderem responder. Uma situação humilhante.

A principal função de um líder é formar outros líderes. Para isso deve usar competências como: motivação, delegação, follow-up e feedback, entre outras. Entretanto, feedbacks inapropriados não formam ninguém, estressam os profissionais, geram doenças e, nos casos mais graves, são motivos de processos de assédio moral.

A causa dessas situações é o gerente utilizar o feedback para dar broncas, desabafar e livrar-se de emoções negativas. Desconhece métodos para realizá-lo e também ignora a função principal dessa competência que é desenvolver pessoas.

A solução passa, necessariamente, por uma melhor escolha dos líderes empresariais. Pessoas imaturas e incapazes de dominar suas emoções não devem exercer cargos de liderança. Afinal, liderar é ter de conseguir resultados por meio de outras pessoas e isso é, frequentemente, frustrante. Além disso, a pressão por prazos, as restrições orçamentárias e legais demandam do líder uma altíssima capacidade de manter o equilíbrio emocional, principalmente nos momentos de feedback.

O gerente também deve conhecer os melhores métodos para por em prática essa competência. Deve se interessar por livros sobre o tema, procurar por um mentor ou coach para desenvolver-se, e fazer um curso sobre o assunto. Feedback não é momento para humilhar o funcionário, tampouco para rotulá-lo, chamando-o do que quer que seja.

O feedback produtivo é uma orientação verdadeira, direta e objetiva sobre quais comportamentos devem ser interrompidos, e quais devem ser incentivados para que os propósitos da empresa sejam cumpridos.

Em momentos de recessão, como o que atravessamos, os gestores devem saber cobrar os resultados com rigor, mas com respeito. Pois, as crises passam, mas as experiências negativas vivenciadas pelas pessoas, ficam. E elas podem destruir de maneira definitiva o clima organizacional e o engajamento dos profissionais com a empresa.

O trabalho não é para ser um exercício de tolerar malcriação de chefes e líderes imaturos. O respeito deve prevalecer nos bons e maus momentos.

Afinal, se já está difícil reter talentos, não será com palavras duras e aplicadas de maneira inapropriada que iremos fazê-lo.

Saibamos orientar as pessoas e extrair o melhor delas. Todo mundo só tem a ganhar com isso.

Vamos em frente!

*Silvio Celestino é Coach de executivos, autor do livro “Conversa de Elevador – Uma Fórmula de Sucesso para Sua Carreira”, mais informações no site www.silviocelestino.com.br.