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Quatro hábitos de autossabotagem que você deve evitar

Posted: 31 de janeiro de 2020 às 9:57 am   /   by   /   comments (0)

Uranio Bonoldi*

Com a chegada à vida adulta, a gente percebe como era bom ser criança, não é mesmo? Não precisar se preocupar com as responsabilidades do dia a dia, como boletos e mais boletos, que parecem não parar de chegar, em um verdadeiro ciclo sem fim! Talvez por toda essa pressão, acabamos nos boicotando até inconscientemente. Trocar a academia pelo bar – que não deixa de ser debitado na fatura do seu cartão -, deixar de ler um livro para ficar mais nas redes sociais ou até mesmo adiar algum trabalho para dormir um pouco mais são alguns dos exemplos de autossabotagem que praticamos.

Segundo uma pesquisa da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, publicada no Journal of Experimental Social Psychology, feita com 237 pessoas, mostrou que a chance de boicotar-se é mais alta naqueles momentos em que o cérebro está em seu auge de atenção – e não quando está cansado ou distraído. Isso prova que estamos conscientes de nossas ações, e mesmo assim, procuramos sempre alguma desculpa para não realizar algo que deve ou pode ser feito em detrimento de atividades supérfluas ou preguiçosas. Ou seja, é diante do medo de falhar que encontramos possíveis desculpas para o fracasso.

Pensando nisso, separei quatro hábitos de autossabotagem que devemos evitar:

Síndrome do impostor – é basicamente a sensação de fraude e falta de autoconfiança que muita gente sente na hora de realizar tarefas complexas, mesmo sendo totalmente capacitadas para realizá-las. Nos cobramos demais, somos críticos de nós mesmos e nos comparamos a todo momento com outras pessoas, esse é um gatilho muito grande para a síndrome do impostor e nesse momento o importante é focar em você e tentar não se comparar. Com tantos parâmetros de comparações aos quais somos expostos hoje em dia, principalmente pelas redes sociais, é preciso manter o foco em nós mesmos.

Falta de confiança – A ausência de confiança em nós mesmos contribui muito para a autossabotagem. A confiança é a junção de autoestima e crença nas próprias capacidades, sendo uma construção que acontece ao longo da vida. Conforme você se conhece e valoriza suas qualidades, cultivando atitudes positivas e aprimorando seus pontos fortes, a autoconfiança vai surgindo. É preciso reconhecer seus talentos e qualidades, não se criticar tanto quando comete um erro e lembrar que cada um tem seu tempo.

Procrastinação – Por que fazer hoje o que você pode deixar para amanhã? Esse é um grande dilema dos autossabotadores: deixar tudo para depois e ver uma pilha de tarefas impossíveis de serem realizadas. A verdade é que quanto mais tarefas acumuladas houver, menos vontade de cumpri-las você vai ter, o que gera perda de produtividade e falta de ânimo. Agora, quando você consegue se esforçar para realizar pelo menos uma por dia, acaba criando hábitos bons para sair da procrastinação, a ter mais energia para continuar a realização das tarefas diárias.

Perfeccionismo – Acontece quando a pessoa se sente em constante insatisfação com seu desempenho e têm dúvidas sobre qualquer tipo de trabalho que se disponha a fazer, em casos mais críticos existe uma frustração enorme quando não conseguem atingir a perfeição. Pode não parecer verdade, mas a perfeição não existe, isso é um fato. E para os que sofrem com esse problema, vale a pena praticar o princípio de Pareto com base na regra 80/20: apenas 20% das atividades são responsáveis por 80% dos resultados. Isso significa que 20% de empenho tem potencial de causar 80% dos efeitos, então, vale mais a pena dedicar-se no que gera resultado, ao que importa, do que perder muito tempo com detalhes

Lembre-se que mudar é um processo. Pode levar mais tempo do que você gostaria para alcançar seus objetivos, mas isso não é uma corrida ou competição. Depois de se comprometer em alterar um comportamento, você continuará nesse processo por um bom tempo, até torna-lo um hábito. O importante é começar! E por que não agora?!

*Urânio Bonoldi, professor em cursos de MBA da Fundação Dom Cabral, autor do livro “A Contrapartida”, palestrante. Mais informações em http://www.uraniobonoldi.com.br/