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Recrutamento “às cegas”?

Posted: 8 de abril de 2019 às 6:00 am   /   by   /   comments (0)

Nelson Fukuyama*

“A fila anda”, como dizemos, também nas formas de seleção de profissionais de todos os níveis hierárquicos e segmentos de mercado de trabalho. De tempos em tempos surgem novas metodologias.

Houve um tempo, se podemos dizer assim, no qual eu, você e muita gente acreditávamos que o velho e bom currículo é que era a melhor forma de se apresentar para os recrutadores e por isso mesmo nos esforçávamos para fazer com que ele fosse O currículo Nota 1000, com todas as informações relevantes, com uma apresentação impecável.

Vieram depois as entrevistas por telefone, através das quais um selecionador ligava para confirmar os dados do seu currículo, fazia algumas perguntas básicas, agradecia e na maioria das vezes nunca mais dava sinal sobre o processo.

Vieram então os currículos gravados em vídeo, nos quais você tomava todo o cuidado para se apresentar bem, a partir da roupa ao cabelo, maquiagem, articulação das palavras, tudo afim de impressionar os recrutadores interessados.

Todos esses formatos de seleção, somados ainda mais à seleção eletrônica, permitiam que muitos candidatos fossem eliminados do processo sem poderem revelar a sua real competência e experiência profissional para a vaga porque muitos selecionadores acabavam focando mais sua atenção em fatores, digamos, subjetivos.

Agora, com o recrutamento sendo realizado às cegas, ou seja, o recrutador somente irá conhecer a real figura do candidato após ele determinar que esse candidato tenha todas as condições para ocupar a vaga oferecida, as oportunidades ficam melhores.

Com ele uma mulher com ótimo perfil profissional terá maior chance de concorrer e ganhar uma vaga estatística e historicamente ocupada por um homem. Um profissional de maior idade poderá concorrer a uma vaga que exija mais experiência. Também, um profissional de pele escura poderá se sair melhor na disputa de uma vaga geralmente oferecida a alguém de cor clara. Alguém com alguma deficiência física poderá ser mais bem-sucedido ao concorrer a uma vaga de gerência de algum setor. Por fim, um excelente profissional terá menos chance de ser excluído pelo fato de se declarar homossexual.

Mas, como é feito o tal recrutamento às cegas?

A empresa recrutadora recorre a um software específico, e existem vários no mercado. Esse software é colocado à disposição de profissionais candidatos às vagas de todos os níveis os quais nele preenchem todas as suas informações. Então, apenas as informações referentes a experiência profissional são repassadas às empresas recrutadoras, sem, portando, dar detalhes sobre a idade, o gênero, as demais preferências sobre o candidato.

Somente após a empresa recrutadora ter definido o(s) candidato(s) como o ideal para o cargo oferecido é que esses dados de referência pessoal serão comunicadas a ela.

Então, o que você acha desse formato? Com certeza traz uma série de benefícios para as empresas assim como para os candidatos que até então, por algum motivo, poderiam se auto excluir de um processo de contratação.

*Nelson Fukuyama é Co-Fundador, Gestor e Colunista do portal Dicas Profissionais, Diretor e Administrador da Yama Educacional e Colunista dos portais Carreira&Sucesso, da Catho e Administradores.com para os quais fala sobre comportamento no ambiente de trabalho, com base em sua trajetória profissional ascendente, de trainee de consultoria externa a diretor de empresas nacionais e multinacionais.