Seja um “produto” atraente

Ana Walendzus*

É interessante pensar como certas coisas fazem sentido só depois de muito tempo. Eu lembro que, em uma das minhas primeiras aulas no curso de comunicação, um professor disse que somos como produtos expostos em uma prateleira de supermercado. Achei essa afirmação estranha e até, de certa maneira, incômoda.

Mas hoje em dia, analisando o mercado de trabalho, pude concluir que é exatamente assim que funciona: Seja um “produto” atraente, que sabe fazer o melhor marketing e tem a embalagem mais bonita é o que atrairá mais clientes e será o mais consumido.

Para um jovem em começo de carreira geralmente pensar nisso é assustador, pois além de todas as suas qualificações precisará desenvolver também outras habilidades para se destacar no mercado – entre elas a sua marca pessoal e uma boa apresentação que agregue valor à sua carreira.

Dentre esses dois itens – a imagem e a marca pessoal – com certeza a imagem é a mais fácil de alinhar com as necessidades da empresa ou do próprio candidato em busca de uma nova oportunidade. É fato de que entre dois candidatos com o mesmo potencial, aquele com a aparência e o comportamento mais condizentes com os valores e a cultura da empresa terá vantagem na hora da contratação e, por isso, a imagem deve ser aprimorada e tratada como elemento importante de diferenciação no ambiente corporativo.

Já descobrir qual é a sua marca pessoal e saber o porque isso é um diferencial geralmente não é uma tarefa fácil, porque requer um autoconhecimento e experiência profissional para destacar os pontos fortes e mostrá-los às outras pessoas da maneira mais eficaz e perceptível. Não basta falar sobre você, o mais importante é que os outros percebam suas melhores qualidades sem que tenha que dar todas as dicas.

Para aqueles que estão em busca do primeiro emprego, ou mesmo quem já está trabalhando, é necessário o conhecimento e importância de estabelecer uma marca pessoal coerente que agrade o empregador. É bom saber que nenhuma empresa gosta do funcionário “basicão”, que só faz as coisas que são mandadas, que não tem iniciativa nem habilidades de liderança, de planejamento, realização e agregação. Afinal de contas, ninguém mais que você quer atingir o sucesso profissional não é mesmo?

O primeiro princípio básico para a construção da sua marca é foco. Tenha um objetivo de vida bem formulado que englobe todas as áreas inerentes a você e tenha em mente como alcançá-los. Saber quais são seus pontos fortes e fracos também é algo importante, e, caso você tenha dificuldade para identificá-los, pergunte às pessoas próximas, como família, amigos e colegas de trabalho – assim, você saberá a impressão que passa aos demais (poderá refletir se é a que deseja ou não), conseguirá analisar as tendências das suas ações e como estabelece a comunicação quando trabalha em grupo.

Diferencie-se de outros candidatos, tenha consciência das suas capacidades e as aprimore para se tornar o melhor em algo que os outros não têm. Esse autoconhecimento te dará vantagens em relação a outros profissionais, pois mostrará autenticidade, resultando em uma marca pessoal mais genuína, convincente e memorável.

Atrair o maior número de pessoas interessadas naquilo que se oferece como profissional, tornando-se um “produto” de destaque dentro do mercado de trabalho a fim de que seja mais atraente às empresas, faz com que o seu sucesso profissional esteja cada vez mais perto.

Então lembre-se de ter a sua marca pessoal clara, para você e para os outros, e junte à uma imagem pessoal de credibilidade e atraente ao mundo corporativo, pois é seu cartão de visita. Mas aqui vai uma dica: se o produto for lindo, mas o seu conteúdo não for de qualidade, ele jamais fará sucesso.

*Ana Walendzus é consultora de imagem pessoal e corporativa. Site: www.anawalendzus.com Contato: ana@anawalendzus.com. Este artigo foi publicado anteriormente no portal Carreira&Sucesso da Catho Online.